As exportações da China cresceram 8,1% em abril em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela alfândega chinesa nesta sexta-feira (9).
O resultado veio acima da expectativa dos analistas consultados pelo Wall Street Journal, que projetavam alta de 2,5%.
Apesar do desempenho positivo, os embarques para os Estados Unidos caíram 21% no mês — a maior queda desde o início do ano.
A retração ocorre logo após o presidente norte-americano Donald Trump impor tarifas superiores a 100% sobre produtos chineses, em mais um capítulo da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
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Negociações comerciais entre China e EUA
Neste final de semana, representantes da China e dos Estados Unidos devem se reunir na Suíça para discutir os rumos da disputa comercial. O impasse preocupa empresas e investidores, que temem uma retração prolongada nas trocas comerciais.
Em 2024, o comércio entre os dois países somou cerca de US$ 690 bilhões (aproximadamente R$ 3,9 trilhões).
Analistas avaliam que, sem um acordo para redução das tarifas, esse volume deve cair drasticamente, pressionando cadeias produtivas globais e elevando os custos para consumidores e empresas.
Exportações da China para além dos EUA
Com a queda nas vendas aos Estados Unidos, a China tem buscado compensar a perda com o aumento de exportações para outros mercados.
Os embarques para a Índia e para os países do bloco Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático) cresceram mais de 20% em abril. Já as exportações para a União Europeia subiram 8% no mesmo período.
A reorientação, no entanto, gera receio em países que podem se tornar destino de excedentes da produção chinesa, especialmente em setores como aço e manufaturas de baixo custo, podendo pressionar preços locais e aumentar tensões comerciais.
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Importações em queda e superávit elevado
As importações chinesas recuaram 0,2% em abril em relação ao ano anterior, marcando o segundo mês consecutivo de retração, enquanto a previsão do mercado era de queda de 5,5%.
O superávit comercial da China no mês somou US$ 96,18 bilhões (cerca de R$ 545 bilhões). O número veio abaixo das expectativas do Wall Street Journal, que esperava um superávit de US$ 97,6 bilhões.
Tarifas dos EUA impactam exportações da China
Empresas chinesas e estrangeiras têm antecipado embarques para aproveitar brechas temporárias nas tarifas. Em abril, parte da alta nas exportações pode estar ligada à corrida de fabricantes para aproveitar uma janela de 90 dias antes da entrada plena das novas tarifas impostas pelos EUA.
Analistas alertam que, caso não haja avanço nas negociações, as restrições tarifárias podem resultar em desestruturação do comércio bilateral.
Além disso, a perda de acesso ao mercado americano, o maior destino das exportações chinesas, pode intensificar a deflação nos preços de exportação, agravando a competição interna.
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Tarifas antidumping contra a China
Além dos Estados Unidos, países como Vietnã e Coreia do Sul também adotaram tarifas antidumping sobre o aço chinês. Essas medidas fazem parte de um movimento global para proteger indústrias locais da concorrência com produtos chineses, frequentemente vendidos a preços mais baixos.
A tendência é acompanhada de perto por investidores, especialmente em setores ligados a commodities, logística e manufatura, que podem sofrer impactos diretos dessa reconfiguração do comércio global.