A Bolsa de Valores brasileira (B3) fechou nesta terça-feira (5) com leve alta de 0,11%, aos 130.660,75 pontos e um giro financeiro de R$ 19,5 bilhões, influenciada pela expectativa do mercado em torno do iminente anúncio do pacote fiscal, visando a contenção dos gastos públicos.
Na manhã desta quarta-feira (6), antes da abertura da Bolsa, o dólar sobe 1,57%, a R$ 5,83 e dólar futuro avança 1,47%, a R$ 5,85, enquanto os juros sobem em toda a curva e o Ibovespa futuro cai 1,10% (30.450), refletindo a vitória de Trump nas eleições dos Estados Unidos.
O mercado internacional mantém o foco nos desdobramentos da vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, com ampla vantagem sobre a democrata, Kamala Harris. Após a vitória na Pensilvânia, Trump realizou o discurso da vitória e anunciou que fechará fronteiras e realizará a virada nos EUA: “Será a era de ouro da América”, declarou.
Com a vitória de Trump na Carolina do Norte, o dólar e os juros dos Treasuries dispararam, com as bolsas da Europa e de Nova York em forte alta, enquanto os índices da Ásia fecharam mistos.
Em reação à eleição de Trump, as ações de defesa avançaram na Europa e no pré-mercado de NY, com as ações da Tesla registrando alta de mais de 10%.
No Brasil, o mercado realiza projeções sobre os impactos da vitória de Trump sobre a economia emergente, a exportação, política e economia doméstica. De outro lado, a impaciência do mercado à espera do anúncio sobre o corte de gastos públicos já se estende e também contribui para a volatilidade do mercado.
Manchetes desta manhã
- Donald Trump é eleito presidente dos EUA em uma reviravolta impressionante (Reuters)
- Dólar dispara e rendimentos de títulos dos EUA sobem enquanto Trump garante vitória (Financial Times)
- Comércio com Brasil deverá ser impactado (sobre vitória de Trump) (Valor)
- Eleição tem legado de acirramento político nos EUA e impactos mundiais (Globo)
- Embolado por voto rural, Trump supera desempenho de 2020 (Estadão)
- Câmara aprova projeto com regras para emendas após pressão do STF (Folha)
- Indústria recupera participação no BNDES sob Lula e ensaia superar agro (Folha)
- Selic deve subir hoje a 11,25%; mercado conta com mais altas (Estadão)
- Nvidia ultrapassa a Apple e se torna a empresa mais valiosa do mundo (Estadão)
- Cortes devem incluir normas mais rígidas de acesso ao BPC (Globo)
- Venda de fatia minoritária torna-se alternativa a IPO (Valor)
Mercado global
As bolsas da Europa registram forte alta alinhadas aos futuros de ações dos EUA, impulsionadas pela vitória de Trump. Um índice das empresas aeroespaciais e de defesa da Europa saltou 2,7% para uma alta recorde, enquanto ações de empresas europeias de energia renovável, ficaram sob pressão, repertcutindo promessa de Trump de descartar projetos eólicos offshore.
Na Ásia, as bolsas encerraram o pregão desta quarta-feira (6) de forma mista, com a vitória de Trump repercutindo diferentes reações no mercado asiático. No Japão, a bolsa fechou em forte alta, acima de 2%; enquanto na China as bolsas se mantiveram próximas à estabilidade e o índice de Hong Kong em queda pressionado pelas ações de tecnologia.
Em Nova York, o S&P 500 futuro sobe 2,3%, o índice Dólar (DXY) valoriza 1,3%, o rendimento (yield) dos treasuries de 10 anos tem alta para 4,42%. O bitcoin disparou 6,4%, para US$ 73,6 mil, renovando a máxima histórica.
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro +2,3%
• STOXX 600 +1,4%
• FTSE 100 +1,3%
• Nikkei 225 +2,6%
• Hang Seng -2,2%
• Shanghai SE Comp. -0,1%
• MSCI EM -0,7%
• Dollar Index +1,3%
• Yield 10 anos +14,9bps a 4,4197%
• Petróleo WTI -1,6% a US$ 70,86 barril
• Futuro do minério em Singapura -1,4% a US$ 103,95
• Bitcoin +6,4% a US$ 73575,94
Commodities
- Petróleo: recua perto de 2%, com dados da indústria mostrando aumento maior do que o esperado nos estoques dos EUA. O brent/janeiro cai 1,24%, a US$ 74,59; o WTI/dez, -1,24%, a US$ 71,10.
- Minério de ferro: registra queda de 0,76% em Dalian na China, cotado a US$ 109,16/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em queda de 1,98% a US$ 103,85/ton e o mercado à vista está em queda de 1,79%, cotado a US$ 104,00/ton.
Impacto da vitória de Trump no mercado global
A reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos causou reações imediatas nos mercados globais. Com o Partido Republicano controlando o Senado, a Câmara e a Suprema Corte, os investidores começaram a ajustar suas estratégias diante de um cenário que não se via desde a década de 1960, com um governo concentrando poder em diversas esferas.
O dólar disparou, alcançando R$ 6, refletindo tanto o fortalecimento da economia dos EUA quanto a incerteza no Brasil, onde o adiamento de medidas de controle de gastos enfraquece o real.
As criptomoedas, como o Bitcoin, também se valorizaram, impulsionadas pela expectativa de que Trump flexibilize as regulamentações sobre esse mercado.
Outro ponto central no discurso de Trump é o aumento das tarifas de importação, entre 10% e 20%. Essa política deve impulsionar empresas estrangeiras que vendem para os Estados Unidos, especialmente montadas na Alemanha, França, Japão e China, cujas ações podem sofrer com a possibilidade de barreiras comerciais mais rígidas.
Cenário internacional
Nos EUA, às vésperas da decisão de política monetária do FOMC, o mercado repercute a vitória de Trump nas eleições dos EUA, eleito com 277 delegados, sendo 270 o número necessário para vencer o pleito, superando Kamala Harris, que contou com 224 delegados, segundo informações do The New York Times.
Destaque para a repercussão da vitória de Trump sobre as eleições – os papéis da Tesla registraram alta de 15% no pré-mercado de NY, com apoio de Elon Musk à campanha de Trump, enquanto as ações da Trump Media disparam 30%.
Cenário nacional
No Brasil, o mercado mantém expectativas sobre decisão do Copom, prevista para após o fechamento do mercado. A projeção do BTG Pactual e o consenso do mercado é de uma alta da Selic em 0,50 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano.
Entre os indicadores econômicos do dia, destaque também para a divulgação dos dados do setor de veículos da Anfavea, às 10h, e da balança comercial de outubro, às 15h.
Em Brasília, a Câmara aprovou o texto-base do projeto de lei que regulamenta as emendas parlamentares ao Orçamento e o marco legal dos seguros.
Entre os compromissos do dia. hoje o presidente Lula se reúne às 15h com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
No mercado financeiro, ontem o dólar registrou queda de 0,6%, a R$ 5,74, e o Ibovespa subiu 0,11%, aos 130.661 pontos, em meio à volatilidade global no exterior com eleições nos EUA e expectativa pelo plano de corte de gastos do governo.
Destaques no mercado corporativo
- Gerdau: reportou lucro de R$ 1,36 bilhão no terceiro trimestre, com queda de 15% na comparação anual, e anunciou o pagamento de R$ 619,3 milhões em dividendos (R$ 0,30 por ação).
- Vibra Energia: anunciou lucro de R$ 4,2 bilhões no terceiro trimestre, com avanço de 235%.
- Prio: teve queda de 55% no lucro líquido no terceiro trimestre, para US$ 156,6 milhões.
- Grupo Pão de Açúcar (GPA): reduziu prejuízo em 76% no terceiro trimestre, para 311 milhões.
- Telefônica Brasil: registrou lucro de R$ 1,7 bilhão no terceiro trimestre, representando uma alta de 13,3%.
- Allos: aprovou o resgate antecipado facultativo integral da 10ª emissão de debêntures, no valor de R$ 909 milhões.
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