O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, prosseguiu em ritmo de queda e encerrou o pregão desta quinta-feira (29) em baixa de 0,25%, aos 138.533,70 pontos, e um volume financeiro de R$ 18 bilhões.
O desempenho do índice foi afetado pelos dados do mercado de trabalho, que sinalizaram aquecimento da economia, impactando a curva de juros futuros, apesar do recuo dos rendimentos dos Treasuries, os títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
Também na véspera, pesou sobre a cotação do dólar a decisão da Justiça dos Estados Unidos sobre as tarifas recíprocas de Trump. A moeda norte-americana encerrou o dia em queda de 0,5% frente ao real, a R$ 5,66.
O mercado internacional deve encontrar maior volatilidade nesta sexta-feira (30), com a notícia de que o Tribunal de Apelação para o Circuito Federal dos EUA restabeleceu nesta quinta-feira (29) o tarifaço do presidente Donald Trump, atendendo ao recurso da Casa Branca para suspender temporariamente a sentença anterior.
Com a medida judicial, volta a valer o pacote tarifário anunciado por Trump no “Dia da Libertação”. Na véspera, um Tribunal de Comércio Internacional havia bloqueado a maioria das tarifas impostas pelo republicano.
A atenção do mercado também estará voltada para a divulgação do índice de preços PCE, a medida favorita do Federal Reserve (Fed) para a inflação.
O indicador deve reforçar o método utilizado ultimamente, de conduzir a política monetária com cautela devido à pressão das tarifas comerciais de Trump, agora sob judicialização.
No Brasil, o destaque do dia será o Produto Interno Bruto (PIB) do 1º trimestre, que deve vir forte, em linha com outros indicadores da atividade econômica, como os dados de emprego da véspera, com possibilidade de mudar o direcionamento sobre os próximos cortes na taxa básica de juros, a Selic.
Em paralelo, a crise do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) segue no radar, pressionando ainda mais o cenário fiscal e aumentando o clima de incerteza no mercado doméstico.
O Congresso intimou Haddad com um prazo de dez dias para apresentar uma resolução sobre o aumento do IOF, mas o ministro afirmou que “é o IOF ou o colapso da máquina pública”, aumentando a tensão no mercado.
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Manchetes desta manhã
- Motta sugere revisão de isenções fiscais e reforma administrativa como opções do IOF (Valor)
- Impasse sobre IOF tem ultimato da Câmara, e governo resiste a recuar (O Globo)
- Justiça revoga aval dos governos Lula e Castro e veta a reativação de banco sob influência política (Folha)
- Empresas vão à Justiça contra mudanças no IOF (Valor)
- Socorro de R$ 4 bi do governo às companhias aéreas atrasa 1 ano e só deve sair em setembro (Valor)
Mercado global
As Bolsas da Europa operam em alta, inspiradas pela expectativa de mais cortes nos juros do Banco Central Europeu (BCE) após dados econômicos, rumo a ganhos expressivos no mês.
O índice DAX lidera o ranking e deve fechar o mês com alta de mais de 7%, em máxima histórica.
A inflação na Espanha caiu e na Itália ficou estável e, junto com a atividade econômica moderada, apontam para outro corte de juros pelo BCE em 5 de junho, de 2,25% para 2%.
Na Ásia, os índices encerraram a semana em queda em meio às preocupações com a guerra comercial, após as tarifas de Trump serem restabelecidas por um tribunal de apelações dos EUA.
A estagnação das negociações comerciais entre Pequim e Washington também pesam sobre o clima de incerteza no mercado asiático.
Em Nova York, os índices futuros abriram em baixa, também refletindo o aumento da incerteza do mercado após o restabelecimento do tarifaço de Trump. Dow Jones Futuro recua 0,06%; S&P 500 Futuro cai 0,12% e Nasdaq Futuro cede 0,13%.
Confira os principais índices do mercado:
• FTSE 100 +0,8%
• CAC 40 +0,3%
• Nikkei 225 -1,2%
• Hang Seng -1,2%
• Shanghai SE Comp. -0,5%
• MSCI World +0,1%
• MSCI EM -0,8%
• Bitcoin -0,4% a US$ 105718,94
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Commodities
- Petróleo: segue em alta, mas deve registrar leve queda semanal mirando produção da OPEP+. O brent/jul sobe 0,48%, a US$ 64,46 e o WTI/jul valoriza 0,80%, a US$ 61,43.
O contrato do Brent para julho vence hoje e o contrato de agosto, mais líquido, sobe 0,66%, negociado a US$ 63,77. - Minério de ferro: fechou em queda de 0,43% em Dalian, na China, negociado a US$ 97,69 por tonelada.
Cenário internacional
Nos Estados Unidos, a agenda do dia traz a divulgação do índice de inflação PCE de abril, às 9h30, com projeção do mercado de alta de 0,1% do núcleo do PCE.
Para as 10h45 está revisto o índice de atividade industrial ISM de maio e, às 11h, o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan. Mais tarde, às 22h30, a China informa PMI industrial e de serviços de maio.
Para a próxima semana, expectativa para os dados do mercado de trabalho dos EUA, com Jolts na terça-feira (3), ADP na quarta-feira (4) e payroll na sexta-feira (6).
Na Europa, o índice de inflação CPI está previsto para terça-feira (3) e a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) paara quinta-feira (5).
Cenário nacional
No Brasil, no início da manhã, o Banco Central informou o resultado primário do setor público, com superávit primário de R$ 14,1 bilhões em abril, ante superávit de R$ 6,7 bilhões registrado no mesmo período de 2024.
Destaque ainda para o PIB do 1º trimestre, às 9h, com projeção do BTG Pactual de crescimento de 1,6% na comparação trimestral e de 3,1% na anual e para o anúncio da Aneel sobre a bandeira tarifária do mês de junho.
Entre os compromissos do dia, o presidente Lula participa de cerimônia do SUS, às 11h, e tem reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Na próxima semana, a agenda traz como destaques a produção industrial de abril na terça-feira (3) e o PMI composto de maio na quarta-feira (4).
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Destaques no mercado corporativo
- Itaú: Aprovado JCP de R$ 0,33 por ação; ex em 10 de junho e pagamento até 29 de agosto.
- Vale: Manuel Lino foi nomeado Lead Independent Director para o mandato 2025-2027.
- Petrobras: Vai contratar 52 novas embarcações até 2026, com investimento de R$ 29 bilhões e 50 mil empregos.
- JBS: Estreia nos EUA abre espaço para fusões; por ora, sem aquisições em bebidas e lácteos.
- JBS Terminais: Investiu R$ 130 mi no Porto de Itajaí e prevê mais R$ 90 mi em infraestrutura.
- Ecorodovias: Ecoporto firmou contrato de transição com Santos por 12 meses.
Acompanhe as principais notícias do mercado financeiro nesta sexta-feira também no Podcast Café do Mercado, uma produção do Monitor do Mercado, e apresentado por Lucas Rocco, CEO da Wiser | BTG Pactual.
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