A Bolsa de Valores brasileira, B3, passa a negociar contratos futuros de Ethereum (ETR) e Solana (SOL) a partir desta segunda-feira (16). A iniciativa amplia o portfólio de produtos com exposição a criptomoedas, atendendo à crescente demanda dos investidores por produtos regulados com exposição a ativos digitais.
Os contratos de Ethereum e Solana permitem que o investidor opere a variação de preço dos criptoativos sem precisar comprá-los diretamente. As negociações são realizadas em ambiente regulado e com liquidez diária.
Na prática, o investidor se compromete a comprar ou vender o ativo em uma data futura, a um preço fixado no momento do contrato.
Além disso, o mercado futuro pode ser usado para hedge, que é a proteção contra oscilações de preço, ou para estratégias de lucro, como a especulação de curto prazo.
Segundo Luiz Masagão, Vice-Presidente de Produtos e Clientes da B3, os lançamentos fazem parte da estratégia de ampliar a oferta de produtos ligados à inovação, com foco na integração entre o universo cripto e o ambiente financeiro tradicional.
“Seguimos ampliando nossa oferta com a chegada dos futuros de Ethereum e Solana. É mais um passo para integrar o universo dos criptoativos ao ecossistema regulado, com liquidez, transparência, segurança e simplicidade”, afirma.
Características dos contratos de Ethereum e Solana
Os novos derivativos são cotados em dólares e têm como referência os índices da Nasdaq — Nasdaq Ether Reference Price e Nasdaq Solana Reference Price.
- Tamanho do contrato de Ethereum: 0,25 ETH
- Tamanho do contrato de Solana: 5 SOL
As negociações são realizadas das 9h às 18h30, com vencimento sempre na última sexta-feira de cada mês e a liquidação financeira dos contratos ocorre com base na variação dos preços dos ativos digitais, sem entrega física das criptomoedas.
Alteração no contrato futuro de Bitcoin
Outra novidade importante começa a valer também nesta segunda-feira — o contrato futuro de Bitcoin, lançado em abril de 2024, teve seu tamanho reduzido de 0,1 BTC para 0,01 BTC, após aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Com essa mudança, o contrato passa a representar cerca de R$ 6 mil, tornando-se mais acessível a novos perfis de investidores. A expectativa da B3 é que essa alteração ajude a ampliar a base de participantes, aumente a liquidez do ativo e reduza custos de negociação.
Desde o dia 8 de maio, os investidores dos Estados Unidos também passaram a ter acesso a dois produtos da B3: o contrato futuro de Bitcoin e a rolagem do contrato futuro de Bitcoin, permitindo a extensão da posição no vencimento.
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Como funcionam os contratos futuros de criptoativos
Os contratos futuros são instrumentos derivativos que permitem ao investidor negociar um ativo em data futura, com preço definido no momento da operação. Eles são usados tanto para hedge (proteção contra variações de preços) quanto para estratégias especulativas.
No caso dos contratos de criptomoedas, o investidor pode acompanhar a variação dos preços desses ativos sem precisar investir o valor total do criptoativo.
Esses contratos:
- Sofrem ajustes diários com base nas oscilações de preços no pregão
- Têm vencimento mensal, sempre na última sexta-feira
- São negociados com a B3 como contraparte central, o que reduz riscos de crédito e aumenta a segurança
Crescimento dos produtos cripto na B3
A B3 foi uma das primeiras bolsas do mundo a oferecer produtos com lastro em criptoativos, iniciando em abril de 2021 com o ETF HASH11, que acompanha o desempenho do mercado de criptomoedas.
Atualmente, a B3 oferece:
- 21 ETFs e BDRs de ETFs ligados ao setor de criptoativos
- Futuros de Bitcoin, lançados em abril de 2024
- Derivativos de balcão e COEs (Certificados de Operações Estruturadas) referenciados em ativos digitais
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De abril de 2024 a abril de 2025, foram negociados mais de 41 milhões de contratos futuros de Bitcoin. Somente em abril de 2025, foram 4 milhões de contratos.
Em maio deste ano, foi registrado o maior volume diário: 432 mil contratos, com movimentação de R$ 26,5 bilhões.