O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o primeiro semestre de 2025 com alta de 15,44%, registrando seu melhor desempenho para o período desde 2016, quando subiu 18,86%.
Segundo análise da Elos Ayta, a recuperação do índice ocorre após um segundo semestre de 2024 negativo (-2,92%) e sinaliza uma retomada técnica da Bolsa em meio a um cenário ainda desafiador, marcado por juros elevados, riscos fiscais e volatilidade cambial.
A consultoria pontua ainda que o índice não exibia um semestre tão forte desde a segunda metade de 2020, auge da recuperação pós-pandemia, quando avançou 25,21%.
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Confira os retornos semanais do Ibovespa:

Ibovespa ocupa a 10ª posição entre os índices globais
Na variação nominal (sem conversão cambial), o Ibovespa ocupa a 10ª posição entre os principais índices globais. Os destaques positivos ficaram com os índices Ipsa (Chile): +22,92%; Msci Colcap (Colômbia): +20,93% e o Ibex (Espanha): +20,67%.
O Ibovespa também ficou atrás de índices da Alemanha, China, Portugal, Itália e México. O Merval da Argentina teve novamente o pior desempenho, com queda de 21,27% no período.
Histórico: entre perdas e ganhos do Ibovespa
Segundo o estudo, desde 2016, o desempenho do Ibovespa por semestre é marcado por oscilações relevantes. O índice teve seus piores primeiros semestres nos anos de 2020 (-17,80%, com efeitos da COVID-19) e de 2022 (-5,99%, devido ao aperto monetário global).
Os piores segundos semestres foram registrados em 2021, quando desvalorizou 17,33% e no ano passado, quando fechou em queda de 2,92%.
Já os melhores segundos semestres do Ibovespa foram registrados em 2020 (+25,21%), 2017 (+21,47%) e 2018 (+20,79%).
Principais fatores que impulsionaram o Ibovespa
Segundo análise da Elos Ayta, apesar da Selic em 15% ao ano e da persistência das incertezas fiscais, alguns fatores contribuíram para o desempenho positivo do Ibovespa no semestre:
- Expectativa de corte de juros no segundo semestre, mesmo que limitado
- Valuation atrativo das ações brasileiras, ampliado pela queda do dólar
- Risco fiscal parcialmente controlado, com medidas do governo consideradas insuficientes, mas melhores do que o esperado
- Entrada de capital estrangeiro seletiva, com foco em setores como commodities e bancos
A desvalorização do dólar também teve impacto direto na percepção de risco país, o que ajuda a atrair investidores e pode facilitar o início de um ciclo de afrouxamento monetário, ainda que de forma gradual.
Ibovespa tem a sexta maior alta global em dólar
Einar Rivero, CEO da Elos Ayta, analisa dados do índice além do cenário nacional. No acumulado do semestre, o Ibovespa valorizou 30,99% em dólares, considerando a desvalorização da moeda norte-americana frente ao real, que perdeu mais de 12% nos seis primeiros meses do ano.
Com esse desempenho, o índice brasileiro ocupa a 6ª colocação entre os 21 principais índices de Bolsa do mundo.
Ficaram à frente do Ibovespa:
- Ibex (Espanha): +36,29%
- Dax (Alemanha): +35,64%
- PSI (Portugal): +32,05%
- Msci Colcap (Colômbia): +31,67%
- FTSE MIB (Itália): +31,46%
Entre os piores desempenhos estão os índices das Bolsas dos Estados Unidos, e o único que apresentou queda no semestre foi o S&P Merval, da Argentina, com recuo de 31,68% em dólares.
Perspectivas para o segundo semestre
Para o segundo semestre, o estudo considera que para que 2025 feche com um desempenho anual expressivo, o Ibovespa deva manter a estabilidade ou uma leve alta nos próximos meses.
A Elos Ayta estima que se isso ocorrer, o ano poderá ser o melhor para a Bolsa desde 2019, quando o índice subiu 31,58%.
No entanto, alerta para os riscos que permanecem no radar — o segundo semestre costuma ser mais volátil, e fatores como eleições no exterior, decisões do Federal Reserve (Fed) e o andamento da agenda fiscal no Brasil podem alterar a trajetória atual.
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Recuperação com cautela
Em uma análise do cenário atual, a Elos Ayta considera que esse movimento não configura uma euforia de mercado, mas uma reprecificação racional dos ativos brasileiros, após um período prolongado de pessimismo.
Pontua, ainda, que o avanço técnico do índice e o retorno gradual da confiança indicam que 2025 pode marcar um ponto de inflexão para a Bolsa brasileira.