O Ford Ka de segunda geração (2008-2013) é um carro com uma personalidade muito forte. Sucessor do icônico “Ka bolinha”, ele abandonou o design arredondado por um visual mais convencional, mas manteve a característica que o consagrou: uma dirigibilidade incrivelmente ágil e divertida, que lhe rendeu o apelido de “go-kart do asfalto”.
Mesmo com a Ford tendo encerrado suas operações no Brasil, este pequeno gigante da diversão urbana continua sendo uma opção muito procurada por quem busca um primeiro carro ou um veículo para o dia a dia. Nesta análise do modelo 2013, seu último ano, vamos descobrir se o prazer ao dirigir ainda compensa as limitações de um projeto tão focado.
O preço da agilidade: quanto custa o Ka 2013?

Em seu último ano, o Ford Ka era oferecido em versões com motor 1.0 e 1.6, mas o 1.0 era o carro-chefe de vendas. As versões mais comuns são a de entrada, com para-choques pretos, e a mais completa, que já vinha com os para-choques na cor do veículo e podia ser equipada com pacotes de opcionais que incluíam ar-condicionado e direção hidráulica.
De acordo com a Tabela FIPE em outubro de 2025, o Ford Ka 1.0 2013 tem um preço médio de R$ 33.900. Este valor o torna um competidor direto de outros populares da mesma época, como o Chevrolet Celta e o Fiat Palio Fire, mas com uma proposta de condução muito mais envolvente.
Leia também: Nova lei do aluguel está em vigor e afetando todos brasileiros
Pequeno, mas nervoso: a fama do motor Rocam
O coração do Ka é o lendário motor Zetec Rocam 1.0, que entrega até 73 cv. A magia do Ka, no entanto, não está na potência do motor, mas na combinação de um carro muito leve, com entre-eixos curto e uma suspensão com acerto primoroso, herança da engenharia da Ford europeia.
Isso se traduz em uma experiência ao volante única na categoria. O Ka muda de direção com uma rapidez impressionante, é extremamente fácil de manobrar e estacionar, e transmite uma sensação de controle total ao motorista. Na cidade, ele é um dos carros mais divertidos e ágeis que se pode ter, superando em muito a sensação de dirigir de seus concorrentes diretos.
Sócio do posto? A verdade sobre o consumo do Rocam
Este é um dos pontos mais importantes a se considerar. O motor Zetec Rocam, apesar de robusto, nunca foi uma referência em economia de combustível. Sua arquitetura mais antiga e seu foco na resposta do acelerador cobram um preço na hora de abastecer, especialmente quando comparado a motores 1.0 de três cilindros mais modernos.
Segundo os dados do INMETRO, o Ka 1.0 2013 registra, com gasolina, um consumo de 10,2 km/l na cidade e 12,5 km/l na estrada. São números que o deixam em desvantagem em relação a rivais como o Celta e o Uno, sendo um fator que o comprador deve colocar na ponta do lápis.
Cabine para dois e um design que divide opiniões
O interior do Ka reflete sua proposta: é um carro focado no motorista. O painel tem um design simples e funcional, com materiais rígidos, mas uma montagem que se provou durável ao longo dos anos. A posição de dirigir é agradável e os comandos estão todos à mão.
O espaço, no entanto, é seu maior ponto fraco. O banco traseiro é quase simbólico, servindo apenas para crianças ou para trajetos muito curtos com adultos. O porta-malas, com 263 litros, também é um dos menores da categoria. O Ka é, na prática, um carro para duas pessoas.
Leia também: Essa cidade é cartão-postal do Brasil e encanta viajantes do mundo todo
O essencial (e a grande ressalva) do Ka 2013
Em 2013, o Ka podia ser equipado com um pacote de conveniência que o tornava um carro agradável para o dia a dia, incluindo ar-condicionado, direção hidráulica e o sistema de som My Connection, com rádio, Bluetooth e entrada USB.
A grande ressalva, assim como em outros populares da época, é a segurança. Airbags frontais e freios ABS eram itens opcionais e são muito raros. A grande maioria das unidades à venda não possui esses equipamentos de segurança básicos, um ponto crítico que deve ser levado em consideração, pois o carro tem uma estrutura de projeto antiga.
A balança da diversão: prós e contras do pequeno Ford
A escolha por um Ford Ka de segunda geração é uma decisão que pende muito mais para o lado da emoção de dirigir do que da pura racionalidade.
- Pontos Positivos:
- Dirigibilidade excepcional, ágil e divertida como um kart.
- Mecânica robusta e de manutenção barata, com vasta oferta de peças.
- Baixo custo de aquisição no mercado de seminovos.
- Pontos Negativos:
- Espaço interno e porta-malas extremamente limitados.
- Consumo de combustível elevado para um carro 1.0.
- Segurança precária, com ausência de airbags e freios ABS na maioria das unidades.
O Ka 2013 é o carro certo para o seu estilo de vida?
O Ford Ka 2013 é a escolha perfeita para quem ama dirigir e quer um carro para se divertir no trânsito urbano. É ideal para jovens, solteiros ou casais sem filhos que o usarão como primeiro carro ou como um segundo veículo ágil para a cidade.
Ele não é, de forma alguma, recomendado para quem precisa de espaço, seja para a família ou para bagagens. Também não é a melhor opção para quem tem o baixo consumo como prioridade absoluta ou para quem preza por um padrão mínimo de segurança veicular.