Trabalhadoras domésticas são essenciais para o funcionamento de muitos lares, mas, infelizmente, também são alvos frequentes de criminosos. Golpistas se aproveitam da busca por melhores oportunidades de emprego ou de eventuais necessidades financeiras para aplicar fraudes que prometem muito, mas entregam apenas prejuízo.
Este guia definitivo detalha os principais golpes direcionados a essa categoria profissional — como as falsas vagas de emprego e os empréstimos fraudulentos — e mostra como identificar as armadilhas e se proteger de forma eficaz.
Como os principais golpes funcionam

Os criminosos usam a engenharia social para explorar a esperança por uma condição de vida melhor ou a urgência de uma necessidade financeira. As fraudes são divulgadas em canais de fácil acesso, como redes sociais e WhatsApp.
1. O golpe da falsa vaga de emprego (com taxa)
Nesta fraude, golpistas publicam anúncios de vagas para trabalho doméstico (às vezes até no exterior) com salários muito atraentes. Após um processo seletivo falso e rápido, a vítima é “aprovada”, mas informada que precisa pagar uma taxa adiantada para cobrir custos de “uniforme”, “exames médicos” ou “taxa de agenciamento”.
O objetivo é roubar o valor dessa taxa. A vaga de emprego é apenas uma isca. Após o pagamento via PIX, o falso empregador ou agência desaparece. A regra de ouro é: você nunca paga para conseguir um emprego. Desconfie de qualquer oferta que exija um pagamento seu.
2. O golpe do falso empréstimo facilitado
Criminosos entram em contato oferecendo crédito pessoal rápido e sem burocracia, especialmente para quem pode estar precisando de dinheiro. Eles prometem aprovação garantida, mesmo sem comprovação de renda formal, mas exigem o pagamento de uma taxa antecipada para “liberar” o valor.
O objetivo é roubar o dinheiro dessa taxa inicial (“seguro”, “custo de cartório”). Nenhuma instituição financeira séria cobra valores adiantados para conceder empréstimos. A regra de ouro é: nunca pague para obter um empréstimo. Verifique sempre se a empresa é autorizada pelo Banco Central.
3. O golpe do phishing com benefícios sociais
Se a trabalhadora recebe algum benefício do governo (como Bolsa Família), ela pode ser alvo de mensagens falsas (SMS, WhatsApp) supostamente da Caixa ou do CadÚnico. Essas mensagens alertam sobre um “problema no cadastro” e enviam um link malicioso para “atualização”, que na verdade serve para roubar senhas e dados.
A regra de ouro é: o governo não envia links por mensagem. Qualquer atualização ou verificação deve ser feita nos aplicativos oficiais (Caixa Tem, Bolsa Família, CadÚnico) ou presencialmente no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social).
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Fui vítima, e agora? O que fazer imediatamente

- Ação financeira: se você fez um pagamento via PIX, contate seu banco imediatamente e peça a ativação do Mecanismo Especial de Devolução (MED). Se forneceu dados de cartão, peça o bloqueio.
- Denúncia formal: registre um Boletim de Ocorrência (B.O.) na Polícia Civil. Sua denúncia do crime de estelionato é fundamental.
- Proteja seus dados: se você inseriu senhas em sites falsos, altere-as imediatamente em suas contas importantes (e-mail, Caixa Tem, Gov.br).
Como se proteger: a prevenção é a melhor estratégia
A melhor defesa é a desconfiança com promessas fáceis e a verificação das informações em canais oficiais.
- Desconfie de vagas de emprego ou ofertas de crédito que parecem boas demais para ser verdade.
- Nunca pague taxas para conseguir um emprego ou liberar um empréstimo.
- Não clique em links sobre benefícios sociais recebidos por SMS ou WhatsApp; use os aplicativos oficiais ou procure o CRAS.
- Pesquise a reputação de agências de emprego ou financeiras antes de fornecer seus dados.
Este guia serve como um alerta educacional. Para mais orientações sobre seus direitos como trabalhadora e consumidora, consulte os canais do Procon e os guias de segurança da FEBRABAN. Lembre-se que, em caso de crime, a Polícia Civil é a autoridade a ser procurada.