Em entrevista coletiva no Banco Central, o presidente Roberto Campos Neto admitiu não ter se debruçado sobre o novo arcabouço fiscal, apresentado nesta manhã pelo Governo, mas que, em uma análise de parâmetros anterior, a proposta parecia “bastante razoável”.
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“Reconhecemos boa vontade do Ministério da Fazenda em um Governo com muitas divisões”, disse Campos Neto. “Há boa vontade em fazer um arcabouço robusto”, prosseguiu.
A nova regra vai limitar o crescimento dos gastos a 70% da alta na receita, mas há exceções, como Fundeb e piso da enfermagem. A proposta substitui o teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior.
O arcabouço também pretende zerar déficit já no próximo ano e deixar as contas no azul a partir de 2025. Pela proposta, a dívida pública ficará estabilizada em 2026.
Ainda de acordo com Campos Neto, o Banco Central segue em processo de suavização, olhando para o horizonte relevante, mas que as incertezas inflacionárias no curto e médio prazo seguem elevadas. “O custo de combater a inflação é muito alto, mas não combate-la é ainda maior. Temos autonomia para perseguir a meta que é definida pelo Governo”, disse. “Temos que comunicar nosso trabalho da melhor forma possível para evitar incertezas”, prosseguiu.
Campos Neto admitiu não estar participando da escolha dos novos diretores da autarquia, apesar da boa relação que possui com o Ministério da Fazenda. “É uma prerrogativa do Executivo, mas estamos à disposição para auxiliar no que for possível”, disse.
Em 21 de março, Lula aprovou as indicações para duas diretorias do BC: Rodolfo Fróes para a Diretoria de Política Monetária; Rodrigo Monteiro, que é servidor do Banco Central, para a Diretoria de Fiscalização. Campos Neto evitou comentar sobre os indicados.
Pedro do Val de Carvalho Gil / Agência CMA
Imagem: wikimedia
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