O dólar encerrou a sessão em queda nesta quinta-feira (4), devolvendo grande parte da alta recente e dando sequência à queda expressiva de ontem. A queda de 1,47%, a R$ 5,48, teve como plano de fundo, as discussões dos investidores sobre o cenário fiscal brasileiro. Na noite de ontem (3), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou um corte de R$ 25,9 bilhões nas despesas obrigatórias para o orçamento de 2025.
No cenário internacional, apesar do feriado da Independência nos Estados Unidos, o dia também foi de baixa do dólar frente a outras moedas. A desvalorização ocorreu em resposta aos dados econômicos recentes mais fracos dos EUA, que reforçam a expectativa de um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) a partir de setembro.
Corte de despesas e arcabouço fiscal
Fernando Haddad afirmou que o presidente Lula ordenou o cumprimento do arcabouço fiscal a qualquer custo. O número foi bem recebido por investidores, que viram o anúncio como um compromisso firme com a meta fiscal dos próximos anos.
Os detalhes da redução ainda não foram apresentados de forma oficial. No entanto, Haddad, afirmou que o anúncio acontecerá assim que os ministérios forem comunicados do limite que será dado para a elaboração do orçamento de 2025. O principal ponto levantado no pronunciamento foi: estancar os ruídos de comunicação.
Desempenho do dólar e outras moedas
O dólar à vista fechou em baixa de 1,47%, a R$ 5,48, após oscilar entre R$ 5,46 e R$ 5,50. Às 17h01, o dólar futuro para agosto recuava 1,17%, a R$ 5,5040. No exterior, o índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas, caía 0,26%, para 105,129 pontos.
Neste quadro, no fim da tarde em Nova York, o dólar baixava a 161,19 ienes. O euro subia a US$ 1,0815, depois que a ata do Banco Central Europeu (BCE) apontou divergências sobre o processo de relaxamento monetário, após o primeiro corte definido no mês passado. E a libra avançava 0,13%, a US$ 1,27.
Monitoramento de eventos globais
Além das questões internas e dos indicadores econômicos dos EUA, os investidores também monitoraram as eleições parlamentares no Reino Unido, que indicam uma possível vitória do partido Trabalhista, liderado por Keir Starmer.
Nesta sexta-feira (5), com a retomada dos mercados nos Estados Unidos, os investidores deverão repercutir também o resultado do payroll (relatório de empregos) dos EUA. O dado é um dos balizadores do Federal Reserve para a política monetária norte-americana.