A Azul (AZUL4) realizou ontem (29) uma reunião com analistas e investidores para esclarecer os eventos recentes que provocaram uma queda de 24% em suas ações. A queda foi desencadeada por uma notícia da agência de notícias Bloomberg, sugerindo que a companhia estaria considerando medidas como uma oferta de ações e até mesmo um pedido de proteção contra credores nos EUA, conhecido como Chapter 11.
Nesta sexta-feira (30), as ações da companhia recuperaram parte das perdas obtidas no último pregão e chegaram a liderar o Ibovespa nesta manhã, subindo 4,36% na máxima intradiária. Por volta das 12h30 os papéis reverteram o sinal e aprofundaram a queda para 0,73%.
Azul negou recuperação judicial
Ontem à tarde, o CEO da companhia aérea, John Rodgerson, negou veementemente a possibilidade do Chapter 11. Posteriormente, na reunião o executivo voltou a negar qualquer plano de solicitar proteção judicial nos EUA.
Segundo os executivos, a notícia veiculada pela Bloomberg foi uma interpretação errônea da situação financeira da empresa e a Azul está focada em fortalecer seu balanço e em buscar soluções comerciais que evitem qualquer necessidade de reestruturação judicial.
Com o real desvalorizado, a especulação sobre o Chapter 11 gerou uma reação imediata e negativa no mercado. No entanto, os executivos destacaram que os principais arrendadores de aeronaves, como Avalon e Air Cap, têm interesse em manter a companhia financeiramente sólida a longo prazo. A Azul segue em negociações ativas com esses, que representam 98% da dívida conversível da empresa.
Renegociação e estrutura de capital
A Azul informou que está propondo um acordo comercial para liquidar a dívida por meio de um montante fixo de ações, simplificando sua estrutura de capital. O objetivo é proporcionar ao mercado uma visão mais clara da saúde financeira da empresa, reduzindo preocupações com a diluição contínua e facilitando a compreensão da verdadeira alavancagem e capacidade de geração de caixa da companhia.
Além disso, a Azul confirmou que está em discussões preliminares com o Grupo Abra, maior acionista da Gol, para explorar possíveis parcerias ou fusões. Essas conversas fazem parte de uma estratégia mais ampla para enfrentar o ambiente desafiador marcado por alta dívida e condições macroeconômicas adversas. Apesar das negociações, a Azul enfatizou seu compromisso em operar como uma empresa independente.
*Com informações da agência de notícias CMA.