A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado adiou o debate sobre o projeto de lei que institui uma 13ª parcela para o Bolsa Família. A proposta, de autoria do senador Jader Barbalho (MDB-PA) e com a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) como relatora, visa restabelecer um pagamento extra feito em 2019, mas que não foi mantido. A discussão, que seria em uma terça-feira, foi adiada.
Quais os impactos fiscais da proposta para o Bolsa Família?
A implementação de uma 13ª parcela para o Bolsa Família poderia elevar os gastos públicos significativamente. De acordo com cálculos apresentados pela relatora Damares Alves, a adição desse benefício poderia resultar em um aumento de cerca de R$ 14 bilhões ao orçamento atual do programa. Em 2023, os repasses do governo federal destinados ao Bolsa Família já alcançaram a soma de R$ 170 bilhões, conforme os registros do Orçamento da União.
Planejamento orçamentário
A relatora do projeto, Damares Alves, destacou que existe um planejamento para que, caso o projeto de lei seja sancionado, sua vigência se inicie no exercício financeiro subsequente à sua publicação. Este intervalo visa permitir que a despesa adicional seja incorporada com mais eficiência na Lei Orçamentária Anual (LOA). Ela destacou a possibilidade de que esses custos possam ser absorvidos pelo orçamento da Seguridade Social, tentando assim oferecer segurança aos membros da comissão sobre a viabilidade fiscal do projeto.

Retardamento da decisão e seus motivos
Não é a primeira vez que a discussão do projeto enfrenta atrasos. Em agosto deste ano, o senador Barbalho solicitou o adiamento para que fossem efetuados estudos mais aprofundados sobre o impacto financeiro da medida. Apesar de ainda poder ser incluído em futuras assembleias, a expectativa é que o tema continue a ser postergado, tendo em vista que não foram feitos pedidos formais que apontem para uma decisão iminente.
Considerações do governo federal
O governo federal já manifestou preocupações a respeito do impacto fiscal da implementação dessa 13ª parcela. Com um orçamento já bastante comprometido, a inclusão de novos gastos é vista com cautela. A proposta não apenas necessita equilibrar as demandas sociais, mas também lidar com a realidade econômica e com a capacidade orçamentária do país.
Em meio a debates sobre políticas sociais e a solidez fiscal, os parlamentares envolvidos nesse projeto enfrentam o desafio de conciliar interesses diversos, buscando atender a população mais vulnerável sem comprometer a saúde financeira do Estado.