A ata da última reunião do Federal Reserve (Fed) alerta que apesar de avanços no combate à inflação, existe a possibilidade de o processo ser mais demorado do que o inicialmente previsto.
O documento divulgado nesta terça-feira (26) indica que a maioria dos dirigentes considera equilibrados os riscos entre a meta de controle da inflação e a manutenção do mercado de trabalho.
Ata do Fed cita administração de riscos
De acordo com o relatório, a atividade econômica dos EUA segue se expandindo de forma sólida. Contudo, os dirigentes destacaram que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) precisa administrar dois riscos: reduzir juros muito rápido, o que pode comprometer os avanços contra a inflação, ou ser excessivamente lento, causando impactos desnecessários na economia.
A equipe técnica do Fed também destacou a redução da inflação em países emergentes, especialmente na China, mas observou que, em nações latino-americanas como o Brasil, os preços voltaram a subir, pressionados por fatores como alimentos.
Juros podem seguir trajetória de queda
Os dirigentes reforçaram a ideia de que os juros podem cair para configurações mais neutras caso os dados econômicos sigam a expectativa, mas alertaram que a política monetária não está predefinida. Segundo o texto, o Fed pode ajustar o ritmo de afrouxamento ou pausar o processo caso a inflação ou o mercado de trabalho apresentem surpresas.
Principais pontos da ata do Fed:
- Expectativa de que a inflação atinja gradualmente a meta de 2%.
- Cautela em acelerar ou desacelerar cortes na taxa básica de juros.
- Alerta para incertezas no setor imobiliário comercial, que mostram sinais de estabilização.
No documento, alguns dirigentes enfatizaram que, caso o mercado de trabalho enfraqueça ou a atividade econômica desacelere, o Fed pode intensificar os cortes nos juros. Ao mesmo tempo, a instituição deixou claro que ajustes dependerão de dados econômicos futuros.