O dólar disparou no início da tarde desta quarta-feira (27), com alta de 1,59%, cotado a R$ 5,90, na máxima intradiária, após o anúncio de uma possível isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. Às 15h25, a moeda norte-americana subia 1,36%, aos R$ 5,89.
O mercado espera também pela confirmação em pronunciamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, às 20h30. Segundo informações da Secretaria de Comunicação Social (Secom), o discurso veiculado nas rádios e televisões do país terá cerca de sete minutos.
Além da isenção do IR, os investidores esperam por novos detalhes sobre o pacote de corte de gastos, quem vem sendo costurado em Brasília nas últimas semanas.
A demora na divulgação do plano de contenção de gastos, assim como a aceitação às medidas, criaram um ambiente de especulação no mercado doméstico. As primeiras reações à provável isenção do IR também gerou desconfiança no mercado ao pensar no equilíbrio fiscal.
Mercado segue cauteloso com pacote fiscal
O diretor da Ourominas, Elson Gusmão, afirmou nesta quarta, em entrevista ao Broadcast, que o mercado não possui garantias de que o pacote atenderá às expectativas. “A falta de clareza sobre o conteúdo das medidas e o risco de desidratação no Congresso criam um ambiente de insegurança”, afirmou.
Segundo operadores, a expectativa de cortes de R$ 60 a R$ 70 bilhões no orçamento em dois anos é considerada positiva, mas as especulações sobre ajustes adicionais, como a isenção do IR, pressionam o câmbio.
Dólar tem desempenho misto no exterior
No mercado internacional, o dólar apresenta um desempenho misto ao longo do dia, com alta frente a moedas emergentes como o peso mexicano e o rublo. Por outro lado, a moeda perdeu força em relação a divisas fortes.
Operadores relataram a disparada de ordens de “stop loss” no mercado futuro, indicando uma busca por posições defensivas diante da incerteza fiscal doméstica.
Economistas ainda apontaram certo desconforto com o tempo prolongado para a divulgação do pacote. Segundo o Broadcast, um economista-chefe de um banco brasileiro afirmou que “o atraso estressa o mercado, e a possível isenção de IR amplia o desconforto com a dinâmica cambial”.