Ao contrário do que foi amplamente noticiado nesta quinta-feira (28), a mina de urânio em Pitinga (AM), uma das principais reservas de urânio do Brasil — elemento utilizado como combustível para a geração de energia nuclear — não foi vendida para a China.
Na verdade, o que aconteceu foi a venda da Mineração Taboca, maior produtora de estanho refinado do país. A empresa, que já pertencia ao grupo minerador peruano Misur, agora passou para as mãos da estatal chinesa China Nonferrous Trade (CNT) por US$ 340 milhões (cerca de R$ 2 bilhões).
Em resposta ao Monitor do Mercado, fontes ligadas ao setor da mineração apontaram que a venda de urânio para outros países é impossível, uma vez que é considerado um ativo estratégico do Estado, protegido legalmente. O país possui a sexta maior reserva do mundo, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).
A suposta venda de urânio brasileiro para a China foi notícia em diversos veículos de imprensa nacionais. O caso chegou a ser citado no Congresso Nacional nesta quinta-feira (28), quando o senador Plínio Valério (PSDB-AM) pediu “respostas sobre a venda da maior mina de urânio do Brasil”, ajudando a propagar a fake news.
Em comunicado oficial, a Mineração Taboca afirma que o “novo momento é estratégico e constitui uma oportunidade de crescimento” e que isso permitirá que ela tenha acesso a novas tecnologias para se tornar mais competitiva. Também vale ressaltar que em nenhum momento o documento cita a mina de Pitinga ou urânio.