O dólar fechou esta terça-feira (15) em alta de 0,66%, a R$ 5,89. Ao longo do dia, a moeda atingiu a máxima de R$ 5,9041. A valorização do dólar reflete a postura defensiva de investidores diante da nova retaliação chinesa aos EUA.
Hoje, Pequim ordenou que companhias aéreas locais suspendam o recebimento de aeronaves da Boeing e a compra de equipamentos de empresas americanas do setor.
A medida veio após os EUA imporem tarifas de 145% sobre produtos chineses, o que acirrou ainda mais a guerra comercial. Segundo a Bloomberg, a suspensão das compras impacta diretamente a cadeia global da aviação.
Trump reforça agenda protecionista
Em publicação na rede Truth Social, o presidente dos EUA, Donald Trump, acusou a China de romper compromissos comerciais com agricultores americanos e com a Boeing. Ele também defendeu que as tarifas sobre importações possam substituir parte da arrecadação de impostos internos.
A secretária de Comunicação da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que mais de 75 países já demonstraram interesse em negociar tarifas com os EUA. Segundo ela, novos acordos podem ser anunciados em breve, mas destacou que a China precisa dar o próximo passo.
Dólar global também avança
No cenário externo, o índice DXY — que mede a força do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes — voltou a subir, atingindo máxima de 100,276 pontos. O índice havia caído para abaixo dos 100 mil pontos recentemente, alcançando o menor nível em três anos.
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Essa movimentação mostra uma busca por proteção dos investidores, típica de momentos de incerteza global. Isso se refletiu também na queda das taxas dos Treasuries, os títulos do governo dos EUA, considerados os mais seguros do mundo.
Perspectiva doméstica
No Brasil, a preocupação gira em torno da apresentação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), que foi divulgado após o fechamento do mercado. A proposta prevê uma meta de superávit primário de 0,25% do PIB para 2026, com margem de 0,25 ponto percentual.
O superávit primário representa a economia que o governo faz para pagar os juros da dívida pública. A projeção para o governo central é de um superávit de R$ 38,2 bilhões em 2026. O mercado segue atento à origem dos recursos para atingir essa meta, em meio às promessas de aumento de gastos.