A cotação do dólar teve uma semana de volatilidade, marcada pelo aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o posterior recuo do governo, além da prévia da inflação, que veio abaixo do esperado.
A alíquota para compra de dólar em espécie ou envio de dinheiro ao exterior saltou de 1,1% para 3,5%. O novo percentual também passou a valer para gastos em cartão internacional e contas globais.
- 📩 Os bastidores do mercado direto no seu e-mail! Assine grátis e receba análises que fazem a diferença no seu bolso.
Além disso, o mercado de criptoativos entrou no radar: passou a haver cobrança de IOF para quem compra ou vende criptomoedas usando reais. No entanto, a troca de uma criptomoeda por outra — como de bitcoin para ethereum — segue isenta da cobrança.
Outro impacto foi no crédito para empresas, que pode ser taxado em até 3,95% ao ano. Setores que dependem de financiamento para manter operações ou expandir investimentos acenderam um alerta.
Em novo vídeo no canal do YouTube do Monitor do Mercado, a trader Luana Pires explica como uma medida mal calibrada do governo, combinada com dados de inflação e movimentos internacionais, bagunçou o mercado. Confira:
Rumores sobre controle de capitais e recuo do governo
A decisão gerou receio no mercado de que o governo estivesse testando um possível controle de capitais, ou seja, medidas para restringir o fluxo de dinheiro para o exterior. Isso elevou a tensão entre investidores.
- ⚡ A informação que os grandes investidores usam – no seu WhatsApp! Entre agora e receba análises, notícias e recomendações.
Horas depois, o Ministério da Fazenda recuou parcialmente e manteve a alíquota de 1,1% para fundos nacionais que investem fora do Brasil. Segundo o ministro Fernando Haddad, o aumento foi “mal calibrado”, e o recuo teve como objetivo evitar ruídos na política econômica.
A percepção do mercado foi de que o governo tenta aumentar a arrecadação sem reduzir gastos, reforçando o chamado risco fiscal — a possibilidade de deterioração das contas públicas, com impacto direto sobre o câmbio e a inflação.
Apesar da trégua, o risco fiscal segue no radar. O governo anunciou um novo bloqueio de R$ 2 bilhões no orçamento, somando-se aos R$ 31,3 bilhões já contingenciados. A medida busca sinalizar compromisso com o equilíbrio das contas públicas.
O mercado, no entanto, vê com ceticismo essas ações, já que não há sinal de reformas estruturais ou cortes significativos de gastos.
IPCA-15 traz alívio ao mercado
Outro fator que influenciou a queda do dólar foi o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15), prévia da inflação oficial. O índice subiu 0,36% em maio, abaixo da expectativa de 0,44%.
- 💰 Seu dinheiro escapa e você nem percebe? Baixe grátis a planilha que coloca as finanças no seu controle!
A inflação mais controlada reduz as chances de aumento da taxa de juros, diminuindo a atratividade do real e pode aliviar a pressão sobre o câmbio no curto prazo.
Exterior também ajudou
No cenário internacional, o presidente dos EUA Donald Trump adiou para julho a imposição de tarifas sobre 50% dos produtos da União Europeia. A decisão reduziu tensões comerciais e favoreceu moedas de países emergentes, como o real.