A Gás Natural Açu (GNA), joint venture entre Siemens Energy, SPIC Brasil e bp, iniciou a operação de sua segunda usina de geração de energia no Porto do Açu, no norte do Rio de Janeiro. Com capacidade de 1.673 megawatts (MW), a GNA II é a maior termelétrica atualmente em operação no Brasil.
O projeto recebeu R$ 7 bilhões em investimentos e se soma à GNA I, de 1.338 MW, elevando o complexo a 3 GW de potência instalada — cerca de 17% da capacidade de geração termelétrica do país. Juntas, as plantas podem atender até 8 milhões de residências.
Hub de gás natural no Norte Fluminense
Segundo o CEO da empresa, Emmanuel Delfosse, o objetivo da GNA é consolidar o Porto do Açu como um hub de gás natural.
As térmicas estão conectadas a um terminal privado de regaseificação de GNL (gás natural liquefeito), com capacidade de 21 milhões de m³ por dia, permitindo a importação e regaseificação de gás para uso na geração elétrica.
“As usinas funcionam como um seguro para o sistema”, afirma Delfosse, destacando o papel das térmicas em períodos secos, quando a geração hídrica é reduzida.
A operação é baseada em ciclo combinado, tecnologia que oferece maior eficiência e menor emissão de gases. A GNA II tem inflexibilidade de 40%, ou seja, por contrato, deve operar pelo menos 40% do tempo durante o período seco (julho a novembro).
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Termelétrica tem custo competitivo, mas com baixa flexibilidade
A planta opera a um custo variável unitário (CVU) de R$ 400 por MWh, considerado competitivo no setor. No entanto, não possui “rampa rápida”, o que significa que não pode ser acionada imediatamente — requer preparação de alguns dias.
O consumo diário da usina é de 12 milhões de m³ de gás, equivalente ao consumo de todo o estado de São Paulo.
Complexo pode mais que dobrar de tamanho
O investimento total no complexo chega a R$ 12 bilhões, incluindo GNA I e II. A empresa já possui licença ambiental para expandir em mais 3,4 GW, mas a ampliação depende da demanda dos próximos leilões.
Segundo Delfosse, o projeto enfrentou grandes desafios logísticos e técnicos, especialmente durante a pandemia. A GNA II integra o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), voltado a grandes obras de infraestrutura.
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O que dizem os executivos
A bp, fornecedora de GNL para o complexo da GNA, destacou a importância do projeto para a segurança energética do Brasil.
“Temos orgulho de contribuir com a construção de um sistema mais limpo e resiliente. Esse projeto mostra como parcerias e compromisso entregam soluções transformadoras”, afirmou Andres Guevara, presidente da bp no Brasil.
Para a Siemens Energy, a entrada em operação da UTE GNA II representa um avanço técnico relevante. “É um marco para o setor energético, com 3GW de energia próximos aos centros de demanda e turbinas a gás entre as mais eficientes do mundo”, disse André Clark, vice-presidente sênior da companhia para a América Latina.
Já a SPIC Brasil ressaltou o papel estratégico das térmicas a gás. “A inauguração da GNA II reforça a importância dessa fonte para garantir segurança no fornecimento e apoiar uma transição energética responsável”, afirmou Adriana Waltrick, CEO da empresa.