Nos últimos anos, a sustentabilidade na agricultura tem ganhado destaque no Brasil, especialmente entre os produtores de soja e milho. Um levantamento recente da Serasa Experian revelou que 85% desses agricultores adotam práticas sustentáveis em suas lavouras. O estudo, realizado pela datatech, fornece informações essenciais para o mercado financeiro avaliar riscos de inadimplência, alinhando-se às normas oficiais que regulam o crédito rural no país.
Esse cenário reflete uma mudança significativa no perfil do agronegócio brasileiro, que busca cada vez mais conciliar produtividade com responsabilidade ambiental. O levantamento serve como referência para instituições financeiras, que precisam analisar o cumprimento de critérios ambientais antes de conceder financiamentos rurais. Assim, a sustentabilidade passa a ser um fator determinante não apenas para o meio ambiente, mas também para a saúde financeira do setor.
O que significa plantar de forma sustentável no contexto do agronegócio brasileiro?

Plantar de forma sustentável envolve a adoção de práticas agrícolas que minimizam impactos ambientais, promovem o uso racional dos recursos naturais e garantem a viabilidade econômica das propriedades rurais. No Brasil, produtores de soja e milho têm investido em técnicas como o plantio direto, a rotação de culturas e o manejo integrado de pragas. Essas ações contribuem para a conservação do solo, a redução do uso de defensivos químicos e a preservação da biodiversidade local.
Além disso, a sustentabilidade no campo está diretamente relacionada ao cumprimento de legislações ambientais, como o Código Florestal, e à obtenção de certificações reconhecidas pelo mercado internacional. Tais medidas não apenas atendem às exigências legais, mas também agregam valor aos produtos agrícolas brasileiros, ampliando o acesso a mercados exigentes quanto à origem sustentável dos alimentos.
Como a Serasa Experian realiza o monitoramento das práticas sustentáveis?
A Serasa Experian utiliza ferramentas de análise de dados, cruzando informações provenientes de satélites, registros públicos e bancos de dados oficiais para avaliar o grau de sustentabilidade das propriedades rurais. O estudo da datatech considera critérios como uso de áreas de preservação permanente, respeito às reservas legais e histórico de cumprimento das normas ambientais.
Esses dados são processados para gerar indicadores que auxiliam instituições financeiras e empresas do setor a identificar produtores que atendem aos requisitos de sustentabilidade. O monitoramento contínuo permite que o mercado acompanhe a evolução das práticas agrícolas e ajuste suas políticas de crédito conforme o perfil de risco de cada produtor.
Por que a sustentabilidade é relevante para o crédito rural?
A sustentabilidade tornou-se um critério fundamental para a concessão de crédito rural no Brasil. As normas oficiais exigem que produtores estejam em conformidade com a legislação ambiental para acessar financiamentos e outros benefícios. Dessa forma, bancos e cooperativas de crédito utilizam informações como as fornecidas pela Serasa Experian para avaliar o risco de inadimplência e garantir que os recursos sejam destinados a empreendimentos comprometidos com boas práticas agrícolas.
O alinhamento entre sustentabilidade e crédito rural também atende a demandas do mercado internacional, que valoriza produtos provenientes de cadeias produtivas responsáveis. Com isso, produtores que investem em práticas sustentáveis têm mais facilidade para obter crédito e negociar melhores condições junto às instituições financeiras.
Quais são os principais benefícios para produtores que adotam práticas sustentáveis?
Produtores que investem em sustentabilidade colhem benefícios em diversas frentes. Entre as vantagens, destacam-se:
- Acesso facilitado ao crédito rural: Cumprir as normas ambientais é requisito para financiamentos e programas de incentivo.
- Redução de custos operacionais: Práticas como o manejo integrado de pragas e o uso racional de insumos diminuem despesas com defensivos e fertilizantes.
- Valorização dos produtos: Mercados nacionais e internacionais remuneram melhor grãos produzidos de forma sustentável.
- Preservação dos recursos naturais: Adoção de técnicas conservacionistas garante a produtividade do solo a longo prazo.
- Melhoria da imagem do produtor: Empresas e consumidores reconhecem o compromisso com o meio ambiente.
Como o estudo da datatech impacta o mercado financeiro e o agronegócio?
O levantamento da datatech, utilizado pela Serasa Experian, oferece ao mercado financeiro uma base confiável para a análise de risco de crédito rural. Com informações detalhadas sobre o perfil de sustentabilidade dos produtores, bancos e investidores podem tomar decisões mais seguras, reduzindo a inadimplência e incentivando práticas responsáveis no campo.
Para o agronegócio, o estudo funciona como um termômetro do setor, apontando tendências e áreas que necessitam de maior atenção em relação à sustentabilidade. Além disso, serve como incentivo para que mais produtores adotem boas práticas, já que o acesso ao crédito e a participação em cadeias produtivas valorizadas dependem do cumprimento de critérios ambientais.
Quais desafios ainda existem para ampliar a sustentabilidade na produção de soja e milho?
Apesar do avanço registrado no levantamento, ainda existem obstáculos para que a totalidade dos produtores de soja e milho adote práticas sustentáveis. Entre os principais desafios estão:
- Capacitação técnica: Muitos agricultores necessitam de orientação e treinamento para implementar técnicas conservacionistas.
- Investimento inicial: A adoção de novas tecnologias pode exigir recursos financeiros que nem sempre estão disponíveis.
- Fiscalização e monitoramento: O acompanhamento efetivo das práticas agrícolas depende de sistemas robustos e integrados.
- Integração de políticas públicas: É fundamental alinhar incentivos governamentais e exigências do mercado para promover a sustentabilidade.
Superar esses desafios é essencial para consolidar o Brasil como referência mundial em produção agrícola sustentável, garantindo competitividade e preservação ambiental para as próximas gerações.