O dólar fechou esta terça-feira (17) em alta de 0,20% frente ao real, a R$ 5,5, após atingir a máxima durante ao longo da tarde (R$ 5,5076). A moeda americana se valorizou em meio à elevação do risco geopolítico no Oriente Médio e ao fortalecimento do dólar no exterior.
A alta foi motivada por declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu possível ação militar contra o Irã.
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Em publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que os EUA têm “controle total dos céus no Irã” e mencionou o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, como “alvo fácil”, embora tenha afirmado que não pretende eliminá-lo “por enquanto”.
Segundo a CNN, Trump estaria mais inclinado a autorizar ataques a instalações nucleares iranianas. O cenário aumentou a aversão global ao risco, o que levou investidores a saírem de ativos de países emergentes e buscarem segurança no dólar e nos títulos do Tesouro dos EUA, os chamados Treasuries.
Índice DXY e petróleo também sobem
O índice DXY — que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes — renovou máxima à tarde, superando 98,800 pontos. O petróleo também avançou, com ganhos próximos de 5%, influenciado pela perspectiva de agravamento do conflito no Oriente Médio.
Real sofre menos do que outros pares
Apesar do movimento de valorização global do dólar, o real teve desempenho melhor que outras moedas emergentes, como o peso mexicano.
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Em entrevista ao Estadão Broadcast, Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, disse que o real foi sustentado pela expectativa de que o Banco Central brasileiro possa elevar a taxa Selic nesta semana.
“O diferencial de juros continua atrativo e ainda pode aumentar, o que ajuda a segurar a moeda brasileira”, afirma Costa.
Mercado dividido sobre decisão do Copom
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia amanhã sua decisão sobre a taxa Selic. De acordo com levantamento da Projeções Broadcast, 27 de 48 casas projetam manutenção da Selic em 14,75% ao ano. Outras 21 preveem alta de 0,25 ponto percentual, para 15%.
Mesmo com visões divergentes, analistas apontam que o Copom deve manter o viés de aperto monetário, o que pode seguir atraindo capital especulativo e sustentando o real no curto prazo.
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Expectativas para o Federal Reserve
Nos Estados Unidos, a expectativa é que o Federal Reserve (Fed) mantenha a taxa básica de juros na faixa entre 4,25% e 4,50% na reunião de amanhã. O mercado espera que o banco central americano reforce que a política monetária está adequada para lidar com incertezas ligadas à política comercial e migratória.
As projeções majoritárias apontam que o Fed deve iniciar cortes de juros em setembro, totalizando 50 pontos-base até o fim de 2025.