A economia dos Estados Unidos criou 147 mil empregos líquidos em junho, número acima da mediana de 110 mil esperada por analistas, segundo dados do relatório de empregos (payroll), divulgado nesta quinta-feira (3) pelo Departamento do Trabalho.
A leitura reforça a resiliência do mercado de trabalho americano e reduz as chances de cortes iminentes nos juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA.
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Outro dado que surpreendeu o mercado foi a taxa de desemprego local. A expectativa era de uma ligeira alta para 4,3%, mas o resultado trouxe uma queda de 4,2% para 4,1%.
Os números de abril e maio foram revisados para cima. Abril passou de 147 mil para 158 mil vagas e maio, de 139 mil para 144 mil. Já o relatório da ADP, divulgado ontem, indicou eliminação de 33 mil empregos no setor privado em junho — um dado que destoou fortemente do payroll oficial.
Mercado ajusta apostas sobre taxa de juros após payroll
Após a divulgação, os rendimentos dos Treasuries — títulos da dívida americana — subiram, com a T-note de 2 anos passando de 3,88% e a T-note de 10 anos alcançando 4,34%. O dólar também ganhou força no exterior, puxando o índice DXY para alta de 0,50%, aos 97,255 pontos.
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Segundo o FedWatch, ferramenta de monitoramento do CME Group, a probabilidade de corte de juros pelo Fed em setembro caiu de 95,1% para 77,6%.
A expectativa principal continua sendo por um corte de 25 pontos-base, mas a chance de manutenção das taxas saltou de 4,9% para 22,4%. As apostas em corte já na reunião de julho praticamente desapareceram, passando de 23,3% para apenas 4,7%.
Geração de empregos veio do setor público
Apesar do número positivo no agregado, a composição do relatório mostrou fraqueza em alguns setores. A criação de vagas em serviços caiu de 137 mil em maio para 74 mil em junho. O setor público compensou a desaceleração, com geração de 73 mil empregos, ante 7 mil no mês anterior.
Para o economista Maykon Douglas, os dados reforçam a ideia de um mercado de trabalho ainda robusto, mas com sinais de desaceleração em segmentos-chave da economia. “O setor privado perdeu força e os ganhos salariais vieram abaixo do esperado. Mas a geração de vagas segue firme”, avalia.
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O salário médio por hora subiu 0,22% em junho, abaixo da projeção de 0,30%. Na comparação anual, o avanço foi de 3,71%, também inferior à estimativa de 3,9%. Salários mais contidos ajudam a aliviar a pressão inflacionária, o que poderia abrir espaço para cortes de juros — cenário que agora fica mais distante.
Na avaliação de Douglas, o Fed deve continuar monitorando os dados antes de qualquer movimento. “O cenário atual não é compatível com dois cortes de juros ainda em 2025. Na prática, devemos ver apenas um corte, ou talvez nenhum”, diz.