O Banco Central do Brasil divulgou hoje (13) que o país registrou um fluxo cambial negativo de US$ 1,739 bilhão nos primeiros oito dias de setembro, marcando uma inversão drástica em relação ao saldo positivo de US$ 4,821 bilhões registrado no mês anterior, agosto.
Saída de capital no canal financeiro
No segmento financeiro, setembro apresentou uma saída líquida de US$ 2,713 bilhões. Esse resultado é o produto de investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucros e pagamento de juros, com aporte totalizando US$ 7,947 bilhões e retiradas alcançando US$ 10,659 bilhões.
Saldo positivo no comércio exterior
Por outro lado, o comércio exterior mostrou um saldo positivo de US$ 873 milhões até o dia 8 do mês em questão. As importações totalizaram US$ 3,758 bilhões, enquanto as exportações atingiram US$ 4,732 bilhões, com destaque para US$ 509 milhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 1,066 bilhão em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 3,157 bilhões em outras entradas.
Reservas do Banco Central em ascensão
A posição cambial líquida do Banco Central, que representa os recursos disponíveis para enfrentar situações que demandem moeda estrangeira, chegou a US$ 226,842 bilhões em 8 de setembro. Este valor é superior ao registrado no fim de agosto, que era de US$ 226,224 bilhões, e reflete uma tendência de aumento desde o final de 2022, quando estava em US$ 220,995 bilhões.
Indicador-Chave para a resistência do país a choques externos
A posição cambial líquida é um indicador-chave para avaliar a capacidade do país de resistir a choques externos, pois leva em consideração as reservas internacionais, o estoque de operações de linha do Banco Central (venda de dólares com compromisso de recompra), a posição da instituição em swap cambial e os Direitos Especiais de Saque (DES) do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI).
Recuperação das reservas internacionais
As reservas internacionais, por sua vez, atingiram US$ 342,523 bilhões em setembro até o dia 8, um valor ligeiramente abaixo do registrado no final de agosto, que era de US$ 344,177 bilhões. No entanto, esse montante ainda mostra uma recuperação significativa em comparação com os US$ 324,703 bilhões de dezembro do ano anterior, quando atingiram o nível mais baixo desde março de 2011, quando estavam em US$ 317,1 bilhões.
Imagem: Piqsels