O mercado cambial encerrou a semana com o dólar mantendo uma postura de estabilidade em relação ao real. Durante o último pregão, a moeda norte-americana oscilou entre perdas e ganhos, encerrando a sessão praticamente inalterada. Essa estabilidade foi influenciada pela falta de notícias e indicadores capazes de esclarecer as dúvidas dos investidores quanto à trajetória dos juros nos Estados Unidos e o cenário fiscal brasileiro.
Indecisão no mercado
No mercado à vista, o dólar fechou o pregão com uma pequena queda de 0,02%, cotado a R$ 4,9828. Enquanto isso, no mercado futuro, o contrato do dólar para outubro apresentou um aumento de 0,08%, chegando a R$ 5,0012. No acumulado da semana, a moeda norte-americana registrou ganhos em relação ao real, com uma valorização de 0,86% no mercado à vista e 0,68% no mercado futuro (parcial).
Comportamento divergente
Durante grande parte da sessão, o comportamento do dólar em relação ao real contrastou com seu desempenho em relação a moedas de países emergentes ou ligadas a commodities. No mercado internacional, o dólar apresentou queda ao longo da sexta-feira, refletindo a realização de lucros após os recentes ganhos. Entretanto, próximo ao encerramento da sessão, a moeda norte-americana recuperou força, acompanhando a reversão dos juros dos Treasuries, que inicialmente caíram e depois subiram.
Incertezas em destaque
Essa inversão de cenário está relacionada às incertezas que rondam as próximas decisões do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. O clima de incerteza aumentou devido à divulgação iminente dos números da inflação nos EUA na próxima quarta-feira (13) e ao aumento nos preços do petróleo, atingindo o patamar mais alto em 10 meses.
Real mantém estabilidade
O real se destacou no mercado de câmbio por manter uma margem de oscilação mais estreita em relação ao dólar em comparação com outras moedas. Isso se deveu tanto à proximidade do feriado, que reduziu o volume de negócios, quanto à cautela dos investidores em escolher uma direção, considerando o cenário doméstico.
No Brasil, a incerteza sobre o ajuste nas contas públicas limita o apetite por risco e as perdas do dólar. A notícia de que o governo avalia uma proposta de reforma administrativa para conter gastos trouxe um novo elemento à equação fiscal, que antes se baseava principalmente em medidas de aumento da arrecadação, consideradas politicamente custosas e insuficientes para atingir o déficit primário zero em 2024.
Inflação e queda dos juros em pauta
Por outro lado, o receio de que a inflação possa ganhar força devido ao aumento nos preços do petróleo e, consequentemente, nos preços dos combustíveis, impede que o dólar ganhe mais força. Uma aceleração na alta dos preços poderia retardar a redução das taxas de juros no Brasil.
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