A Bolsa fechou em leve queda e com liquidez reduzida em um dia em que investidores mantiveram cautela à espera das definições, amanhã, sobre a política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Somado a isso, também tem vencimento de opções sobre o Ibovespa.
O Ibovespa operou praticamente toda a sessão em baixa, com exceção no início dos negócios que registrou volatilidade entre perdas e ganhos.
O principal índice da B3 encerrou o pregão com recuo de 0,08%, aos 130.091,08 pontos. A mínima interdiário foi de 129.304,07 pontos e a máxima de 130.435,51 pontos. O volume financeiro alcançou R$ 26,5 bilhões.
Para a equipe de research e estratégia da Terra Investimentos, os investidores começam a ter mais atenção para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). “A expectativa é que o Banco Central eleve a taxa [básica de juros] em 0,75 ponto porcentual, porém com mudança no discurso, mostrando possibilidades de novas altas no curto prazo, ou na mesma magnitude ou um pouco mais agressivas, próximo a 1,00 ponto porcentual”, explica.
A taxa básica de juros, Selic, será divulgada amanhã após o fechamento do mercado.
Em relação à definição do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), a equipe de research e estratégia acredita que será mantida a política monetária expansionista.
O analista José Costa Gonçalves, da Codepe Corretora, comenta que “o volume baixo mostra cautela do investidor em relação ao que pode ser anunciado amanhã, ninguém quer se arriscar”.
Ele acredita na manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos entre zero e 0,25%, no entanto enfatiza que “devemos observar o discurso de Jerome Powell [presidente do banco central norte-americano]”. Após o anúncio do Fed, a autoridade monetária dá uma coletiva de imprensa para falar sobre a decisão do colegiado.
Pela manhã saíram alguns indicadores norte-americanos piores que o esperado pelos analistas. O índice de preços ao produtor dos Estados Unidos (PPI, sigla em inglês) teve alta de 0,8% em maio ante o mês anterior e as vendas no varejo caíram 1,3% em maio ante abril, descontados os fatores sazonais.
“Com esse resultado ficou um pouco preocupante em relação à taxa de juros amanhã”, enfatiza Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest. Mas ainda acredita que governo deve manter a taxa de juros baixa para fomentar a economia.
Soraia Budaibes / Agência CMA
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