O dólar comercial fechou em alta de 0,03%, cotado a R$ 4,9762. A moeda operou de lado a sessão toda, refletindo a falta de indicadores domésticos e globais, além de certa cautela com os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Forças opostas influenciam formação da taxa de câmbio
Operadores destacam que a formação da taxa de câmbio foi influenciada por forças opostas. Enquanto o dólar teve uma queda em relação a outras moedas no exterior, como as emergentes, no cenário doméstico, houve cautela devido a incertezas políticas após o recente imbróglio envolvendo os dividendos extraordinários da Petrobrás.
Tendências globais continuam a moldar o mercado
O comportamento do dólar no mercado brasileiro continua influenciado pelas tendências globais da moeda norte-americana. O índice DXY, que mede seu desempenho em relação a uma cesta de seis moedas fortes, operou em queda, impulsionado pela recuperação do euro.
Expectativas para a política monetária nos EUA
Investidores agora aguardam a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI) nos EUA. Apesar das expectativas de cortes de juros apenas em junho, após o CPI de fevereiro estar em linha com as expectativas, é improvável que o PPI promova mudanças significativas nas políticas do Federal Reserve.
Perspectivas para o real no curto prazo
O banco britânico Barclays projeta que o real brasileiro continuará influenciado pela tendência global do dólar no curto prazo. No entanto, a instituição mantém uma visão positiva para a moeda brasileira, sustentada pelo ciclo gradual de queda da taxa Selic pelo Banco Central e pela solidez das contas externas.
Análise de especialista
Em entrevista a Agência CMA, o sócio da Top Gain Leonardo Santana, disse que mesmo com o mercado precificando o início dos cortes estadunidenses para junho e a situação interna ser favorável, a moeda brasileira não consegue ganhar força devido à China: “Precisamos ver estes estímulos fazendo efeito”, opina.
Santana destaca que o mercado volta suas atenções para a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que ocorre na próxima semana, e pode dar sinais sobre o início dos cortes.