A maioria dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) avaliaram na última reunião de política monetária em 2024, realizada entre os dias 19 e 20 de março, que ainda é necessária uma maior confiança na desaceleração da inflação antes de decidir sobre o início do corte na taxa básica de juros.
De acordo com a ata da reunião, “os participantes observaram indicadores que apontam para um forte impulso econômico e leituras decepcionantes sobre a inflação nos últimos meses e comentaram que não esperavam que seria apropriado reduzir o intervalo da meta para a taxa de juros até que tivessem ganhado maior confiança de que a inflação estava se movendo de forma sustentável em direção a 2%.”
Eles também discutiram leituras de inflação acima do esperado em janeiro e fevereiro. A reunião ocorreu antes da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de março, publicado hoje.
“Alguns participantes observaram que os aumentos recentes da inflação foram relativamente amplos e, portanto, não devem ser descontados como meras aberrações estatísticas”, afirmou a ata.
As autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) expressaram preocupação de que a inflação não estava caindo rápido o suficiente, embora ainda esperassem cortar as taxas de juros em algum momento deste ano.
Os membros do Comitê citaram a turbulência geopolítica, em especial no Oriente Médio, e o aumento dos preços da energia como riscos para elevar a inflação. Eles também citaram o potencial de que uma política mais frouxa possa aumentar as pressões sobre os preços.
Em contrapartida, eles citaram como vetor desinflacionário um mercado de trabalho mais equilibrado, tecnologia aprimorada, juntamente com fraqueza econômica na China e um mercado imobiliário comercial em deterioração.
A ata da reunião indica que “quase todos os participantes julgaram que seria apropriado mover a política para uma postura menos restritiva em algum momento deste ano se a economia evoluísse amplamente como esperavam”. “Em apoio a essa visão, eles observaram que o processo de desinflação continuava em uma trajetória que geralmente se esperava que fosse um pouco desigual”.
Os membros também discutiram a possibilidade de acabar com a redução do balanço. O Fed cortou cerca de US$ 1,5 trilhão de suas participações em títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas, permitindo que até US$ 95 bilhões em receitas de títulos vencidos rolassem a cada mês, ao invés de reinvesti-los.
Apesar de não dar indicações sobre essa flexibilização, a ata afirma que a rolagem seria cortada em “aproximadamente metade” de seu ritmo atual e o processo deve começar ‘em breve’.
Com informações da Agência CMA