As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em alta nesta sexta-feira, véspera de feriado, refletindo dados do Indice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado hoje, que surpreendeu o mercado positivamente. O mercado de DI também é impactado pelo nível de desemprego abaixo do esperado, o que mostra um mercado de trabalho resiliente e reduz as chances de um corte na Selic (taxa básica de juros) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
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O IBC-Br do Banco Central subiu 3,32% em fevereiro em relação a janeiro, indo a 147,49 pontos. Nos dados sem ajuste sazonal, o IBC-Br atingiu 140,34 pontos, ganho de 2,76% na comparação com o mesmo mês de 2022. O mercado previa alta de 1,35%.Já a taxa de desocupação da população brasileira foi estimada em 8,8% no trimestre encerrado em março, ficando 0,9 ponto percentual acima ante o trimestre imediatamente anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o melhor resultado para o período desde 2015 (8%).
Durante a manhã, as expectativas estiveram emtorno do PCE, importante indicador de inflação dos Estados Unidos, que veio praticamente em linha com o esperado e previsto pelos agentes do mercado.
O especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, Ricardo Jorge, observa que o grande destaque, na verdade, foram os números do IBC-BR, considerada uma prévia do PIB brasileiro. “Esse, sim, veio com uma surpresa muito boa, muito positiva” ele diz.
“Foi muito melhor do que o aguardado, e fez com que o mercado hoje adotasse uma dinâmica diferente do que foi ontem – de fechamento de taxas. Hoje, toda a curva de juros abre de forma significativa, algo em torno de 15 pontos na parte intermediária da curva, por conta dessa expectativa de uma melhora dos números de crescimento e da economia de maneira geral aqui no Brasil.”
Como hoje é véspera de feriado, o especialista diz que não vê motivos para movimentos abruptos. “É esperado que a curva de juros fique entre 10 e 15 pontos à frente do que foi ontem”, comentou.
Por volta das 16h45 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,285% de 13,300% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 12,060 % de 11,940%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,755 %, de 11,580%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,800% de 11,820 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava alta, cotado a R$ 4,9890 para venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
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