Após o preço da soja abrir a semana em forte queda, de 2,38%, no mercado internacional, a commodity arremeteu na bolsa de Chicago nesta quarta-feira (14), com alta de 0,98%, sendo negociada a US$ 9,5675 o bushel (aproximadamente 27 quilos). Cotações no mercado internacional seguem nos menores patamares dos últimos quatro anos.
Na terça-feira (13), os preços chegaram a ficar abaixo de US$ 10, pela primeira vez no ano — resultado da boa safra dos Estados Unidos. Os dados são do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), sobre oferta e demanda global de soja.
Estimativas para a safra de soja nos EUA
Segundo projeções do USDA, a safra nos Estados Unidos deve chegar ao número recorde de 124,9 milhões de toneladas, enquanto as expectativas dos analistas apontam para um volume de 121,63 milhões, considerando as condições atuais de lavouras. No relatório de julho, a projeção do departamento era de 120,70 milhões.
Além das projeções para a safra americana em 2024/25, também houve um aumento na estimativa para a exportação no país, com um aumento de 1,4% ao mês, e nas vendas, de 50,35 milhões.
As expectativas para os estoques finais cresceu 28,7% em relação ao último mês, para 15,25 milhões de toneladas e foi um dos fatores que levaram à forte queda dos preços da soja na bolsa de Chicago, no início da semana.
Em relação à colheita global as projeções cresceram 1,6%, para 428,73 milhões de toneladas, bem como as previsões para os estoques finais globais, que tiveram alta de 5,1%, estimados em 134,3 milhões de toneladas.
Cenário nacional
No Brasil, o preço da soja reflete o cenário global, com o agravante da diminuição do valor em Real da commodity resultante da queda do dólar em 5,16% no mês de agosto, chegando a R$ 5,46 depois do pico de R$ 5,75 no 01/08.
Há, portanto, grande impacto na economia, uma vez que a soja representa quase 30% da produção agropecuária do Brasil, o que equivale a 6,3% do PIB nacional. Além disso, o país é o maior exportador mundial do grão e, ao mesmo tempo, a soja representa 18% do total de exportação.
Com esses fatores, o atual cenário da cotação da soja no mercado global deve trazer menores ganhos para os produtores brasileiros, assim como pode gerar impacto na nossa balança comercial.
Imagem: Piqsels