As vendas da safra 2024/25 de soja do Brasil atingiram 52,2% da produção estimada até 4 de abril. O volume representa um avanço recorde sobre os 41,6% registrados no mesmo período de 2024, de acordo com levantamento realizado pela Datagro.
Segundo a pesquisa, o resultado foi impulsionado por condições climáticas mais favoráveis em algumas regiões e aumento da área plantada; além da alta dos prêmios de exportação, reflexo das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
Apesar do crescimento, o ritmo de comercialização segue abaixo da média dos últimos cinco anos, de 55,5%.
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Volume recorde negociado para a soja do Brasil
Em termos absolutos, o Brasil já negociou 88,2 milhões de toneladas da atual safra — o maior volume da série histórica para este período.
A Datagro projeta uma produção total de 169,1 milhões de toneladas, alta de 9,2% em relação à safra 2023/24.
Tarifas de Trump favorecem preços da soja do Brasil
Os preços da soja subiram nas últimas semanas, influenciados por um cenário externo de maior demanda e pela valorização dos prêmios de exportação — valores adicionais pagos sobre a cotação internacional para garantir oferta de produto em portos brasileiros.
Essa valorização é reflexo de dois fatores principais:
- Tensões comerciais entre Estados Unidos e China, com a imposição recente de tarifas de importação pelo governo norte-americano e as consequentes retaliações chinesas.
- Incertezas quanto à oferta da Argentina, importante concorrente do Brasil no mercado global.
Esses fatores aumentaram a atratividade da soja brasileira no mercado internacional, o que sustentou os prêmios e, consequentemente, os preços internos.
Câmbio limita competitividade no mercado global
Apesar da alta nos preços, a valorização do real em relação ao dólar reduziu o potencial de ganhos dos produtores.
Um real mais forte encarece a soja brasileira para compradores estrangeiros, o que limita a competitividade do país frente a outros exportadores.
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Soja da safra 2025/26 também começa a ser vendida
As vendas antecipadas da safra 2025/26, que ainda será plantada em setembro, também avançaram. Segundo a Datagro, 4,6% da produção estimada de 176,7 milhões de toneladas já foi comercializada.
O número supera os 2,7% registrados no mesmo período de 2024, mas segue abaixo da média histórica de 9,3%.
A comercialização antecipada é prática comum no agronegócio para garantir preços futuros e proteção contra oscilações do mercado.
Precificação interna e cotações nos portos
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) apurou que, no Porto de Paranaguá (PR), a saca de 60 kg da soja foi negociada a R$ 134,85 em 7 de janeiro, alta de 1,64% no dia. A valorização foi sustentada por maior demanda internacional e elevação dos prêmios de exportação.
Em outras praças do país, os preços também apresentaram alta:
- Luís Eduardo Magalhães (BA): R$ 116,50
- Rio Verde (GO): R$ 113
- Balsas (MA): R$ 114,50
- Triângulo Mineiro (MG): R$ 118
- Dourados (MS): R$ 120
- Porto de Santos (SP): R$ 131,50
- Porto de Rio Grande (RS): R$ 135
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Contratos de soja do Brasil sobem na Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros da soja para maio subiram 0,61%, para US$ 9,83 por bushel, após forte queda no final da semana anterior. Em sessão seguinte, a commodity avançou mais 1,09%, atingindo US$ 10,4025 por bushel.
O movimento foi impulsionado por ajustes técnicos e pelo anúncio de novas tarifas da China sobre importações dos Estados Unidos, o que deve beneficiar exportadores alternativos, como o Brasil.
Além disso, o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) reduziu sua projeção de oferta global, estimando estoques finais 1,3% menores que o previsto anteriormente, o que contribuiu para sustentar os preços internacionais.