O J.P. Morgan Chase (JPM), maior banco dos Estados Unidos, obteve lucro líquido de US$ 14,6 bilhões no primeiro trimestre de 2025, equivalente a US$ 5,07 por ação. O resultado ficou acima dos US$ 13,4 bilhões registrados no mesmo período de 2024, superando as expectativas de mercado.
Excluindo itens extraordinários, o lucro ajustado por ação do J.P. Morgan foi de US$ 4,91, acima da projeção de US$ 4,61 dos analistas.
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Receita do J.P. Morgan cresce 8% no trimestre
A receita total do J.P. Morgan atingiu US$ 45,31 bilhões entre janeiro e março de 2025, um aumento de 8% na comparação anual.
Os destaques vieram das áreas de atacado e banco de investimentos, cuja receita subiu 12%, para US$ 19,67 bilhões. Esse desempenho foi puxado principalmente por operações no mercado de ações (equity).
Já a divisão de banco de consumo e varejo teve crescimento de 4% na receita, que chegou a US$ 18,31 bilhões no período.
Investimentos impulsionam resultado
A corretagem (brokerage) avançou 21% e somou US$ 9,7 bilhões. As negociações com ações cresceram 48% no trimestre, atingindo um recorde de US$ 3,8 bilhões.
As comissões com banco de investimento aumentaram 12%, refletindo expectativas positivas quanto a políticas econômicas do governo Trump.
Receita de juros e margens do J.P. Morgan
A receita líquida de juros (NII, na sigla em inglês) — que mede a diferença entre o que o J.P. Morgan recebe em empréstimos e o que paga em depósitos — subiu 1%, para US$ 23,4 bilhões. A projeção anual de NII foi ajustada para US$ 94,5 bilhões, ante os US$ 94 bilhões previstos anteriormente.
A margem líquida com juros, excluindo mercados, foi de US$ 22,6 bilhões, uma queda de 2% em relação ao ano anterior.
O recuo foi atribuído à redução nas taxas de juros, compressão das margens de depósitos e menor volume de depósitos. Por outro lado, a área de gestão de fortunas (wealth management) contribuiu com comissões mais elevadas.
A receita do J.P. Morgan não proveniente de juros, excluindo mercados, aumentou 20% e totalizou US$ 13,8 bilhões. Esse avanço mostra a resiliência das operações do banco em áreas menos sensíveis às taxas de juros.
Provisões para perdas no crédito sobem 74%
O J.P. Morgan elevou suas provisões para perdas no crédito para US$ 3,3 bilhões, ante US$ 1,9 bilhão no mesmo trimestre de 2024 — uma alta de 74%. O aumento reflete maior cautela com a possibilidade de inadimplência futura, diante de riscos macroeconômicos.
Segundo o banco, a combinação de tarifas comerciais, inflação elevada e desaceleração do crescimento pode dificultar a capacidade de pagamento de consumidores e empresas.
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Guerra comercial e risco de recessão preocupam
Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan, alertou que a economia americana enfrenta “turbulência considerável”, com riscos associados à geopolítica, inflação, déficits fiscais e volatilidade nos preços de ativos.
“O ambiente inclui tanto fatores positivos, como reformas tributárias e desregulamentação, quanto fatores negativos, como tarifas e guerras comerciais”, escreveu Dimon, em carta aos acionistas que acompanha o relatório financeiro.
O executivo voltou a criticar o aumento recente de tarifas comerciais promovido pelo presidente Donald Trump. Para Dimon, a medida tem efeito inflacionário no curto prazo e pode desacelerar a economia, embora ainda não seja possível prever se levará a uma recessão.