A demanda global por ouro cresceu 1% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo 1.206 toneladas métricas. Este foi o melhor início de ano desde 2016, segundo o relatório do Conselho Mundial do Ouro (WGC) divulgado pela B3 nesta quarta-feira (30).
O movimento foi impulsionado pela volta dos aportes líquidos em ETFs (fundos de índice) de ouro, que somaram 226 toneladas — revertendo saídas observadas em 2024. Esses fluxos mais do que dobraram a demanda total por investimento, que chegou a 552 toneladas no trimestre.
Segundo Louise Street, analista sênior do WGC, “isso reflete a crescente incerteza macroeconômica e geopolítica, incluindo as tensões comerciais entre EUA e China”.
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Ouro recua com dados fortes dos EUA
Nesta sexta-feira (2), os contratos futuros de ouro com vencimento para junho fecharam em alta 0,65%, a US$ 3.243,3 por onça-troy na Comex.
No entanto, durante todo o pregão o metal foi negociado a níveis baixos, refletindo a divulgação dados de mercado de trabalho dos Estados Unidos mais forte que o esperado, aumentando a procura por ativos de risco.
No acumulado da semana, a perda acumulada é de 1,71%, somando duas semanas consecutivas de perdas.
Ouro lidera em 2025 e supera o S&P 500
Segundo levantamento da Elos Ayta, o ouro acumulou alta de 25,2% no período de janeiro a abril deste ano, a maior rentabilidade entre os ativos financeiros analisados.
Esse desempenho é atribuído principalmente à busca por proteção diante de incertezas políticas e econômicas globais, além da expectativa de queda de juros nos Estados Unidos.
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Confira o desempenho de outros ativos no mesmo período:
- Small Caps: subiram 18,1%
- Ibovespa: avançou 12,29%, aproximando-se da máxima histórica
- IDIV: (ações boas pagadoras de dividendos) subiu 10,3%
- IFIX (fundos imobiliários): ganhou 9,51%
O ouro também superou o índice S&P 500 em 2024, segundo o WGC, tornando-se um dos ativos de melhor desempenho global no período.
Apesar da trajetória de valorização atual, o ouro tem histórico de volatilidade. Entre 2011 e 2015, o preço caiu cerca de 40%, só se recuperando totalmente em 2020.
Ouro, Bitcoin e Small Caps lideram em abril
O Ibovespa encerrou abril aos 135.066,97 pontos, a apenas 1,66% da máxima histórica registrada em agosto de 2024. No mês, os destaques de rentabilidade, segundo a Elos Ayta, foram:
- Bitcoin: +13,17%
- Small Caps: +8,47%
- Ouro: +4,96%
- Ibovespa: +3,69%
- IFIX: +1,97%
- IDIV: +1,73%
- Dólar Ptax: -1,42% (único no negativo)
No período de 12 meses até abril, o Bitcoin lidera com alta de 72,93%, seguido do ouro, com 43,58%. O índice BDRX aparece na terceira posição, com 23,67%.
Já o Ibovespa sobe 7,26%, na oitava posição entre os ativos analisados, e supera apenas o IFIX (0,91%) e o índice de Small Caps, praticamente estável com 0,07%.
Bancos centrais, joalheria e tecnologia
A demanda dos bancos centrais por ouro somou 244 toneladas no trimestre, segundo o WGC, uma queda de 21% na comparação anual. O volume, no entanto, segue em linha com a média dos últimos três anos, o que indica que os bancos continuam atuando como compradores estratégicos.
Na joalheria, a demanda global caiu 21% no trimestre, atingindo o menor nível desde a pandemia de 2020. A retração foi puxada por quedas na China e Índia, reflexo da elevação nos preços. Ainda assim, em valor, os gastos com joias de ouro cresceram 9%, totalizando US$ 35 bilhões.
No setor tecnológico, a demanda por ouro ficou estável em 80 toneladas. A alta nas aplicações ligadas à inteligência artificial compensou as quedas em áreas como odontologia e tecnologia sem fio.
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Estimativas do J.P. Morgan para 2025
O J.P. Morgan mantém uma projeção otimista para o ouro em 2025 e prevê que o preço atinja US$ 3.150 por onça troy até o fim do ano, considerando que “o preço do ouro é moldado por fatores macroeconômicos e pelas dinâmicas de oferta e demanda”.
A análise se baseia em quatro fatores principais: que os rendimentos reais atingiram seu pico; alta nas incertezas geopolíticas; demanda resiliente de bancos centrais e a maior entrada de investidores de varejo.