O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou o pregão desta segunda-feira (23) em queda de 0,41%, aos 136.550,50 pontos, motivada pela escalada das tensões no Oriente Médio e entrada dos Estados Unidos no conflito.
Como resposta, as Forças Armadas do Irã atacaram a base aérea americana de Al-Udeid, no Catar, resultando em forte queda nos preços do petróleo, de mais de 6,5%.
Afetadas diretamente pela queda da commodity, as ações da Petrobras despencaram: -2,81% (ON) e -2,50% (PN), puxando o desempenho do índice para baixo.
No mercado internacional, repercutiu nesta segunda-feira (23) o post de Donald Trump na rede Truth Social sobre um cessar-fogo entre Israel e Irã.
A declaração fez o petróleo ampliar as perdas de quase 7% do pregão regular, enquanto o ouro e o dólar americano caíram com a redução da procura por ativos de refúgio.
Nesta manhã, porém, Trump disse que ambos os países violaram o cessar-fogo anunciado horas antes e que estava insatisfeito com Israel.
A declaração do presidente ocorreu antes de uma reunião de cúpula da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Haia, na Holanda.
De volta à agenda econômica desta terça-feira (24), destaque para a fala de Jerome Powell na Câmara dos Representantes, com expectativa de que atenue os riscos dos impactos inflacionários da tensão no Oriente Médio, com possibilidade de um corte antecipado do juro americano.
No Brasil, destaque para a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), com previsão de uma mensagem hawkish. Na última quarta-feira (18), o Copom decidiu elevar a taxa básica de juros, Selic, em 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano.
Se confirmado o cenário esperado, o Copom deve antecipar uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado.
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Manchetes desta manhã
- Primeiras horas de cessar-fogo entre Israel e Irã são marcadas por acusações de violações (Valor)
- Trump diz que tanto Israel quanto Irã violaram o cessar-fogo (Folha)
- Itamaraty adianta posse de novo embaixador do Brasil no Irã (Estadão)
- Salário-maternidade é novo desafio para contas do governo (Valor)
- Em cenário de guerra, Brasil pode aumentar exportação de petróleo (Valor)
Mercado global
As Bolsas da Europa abriram o pregão desta terça-feira em alta, refletindo o otimismo do mercado em relação ao cessar-fogo entre Israel e Irã.
Logo após o anúncio, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que não tem intenção de continuar seus ataques retaliatórios, mas está pronto para responder a qualquer nova agressão de Israel.
Na Ásia, as praças encerraram em alto desempenho com o anúncio do cessar-fogo dos conflitos que já duram 12 dias.
As altas dos índices asiáticos foram lideradas pela Coréia do Sul, com o Kospi valorizando 2,96%.
Em Nova York, os índices futuros também abriram em forte alta com a notícia de que a trégua no conflito do Oriente Médio entraria em vigor.
Confira os principais índices do mercado:
- S&P 500 Futuro +0,8%
- FTSE 100 +0,2%
- CAC 40 +1,2%
- Nikkei 225 +1,1%
- Hang Seng +2,1%
- Shanghai SE Comp. +1,2%
- MSCI World +0,4%
- MSCI EM +2,3%
- Bitcoin +1,4% a US$ 105208,5
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Commodities
- Petróleo: recua com cessar-fogo entre Israel e Irã. O brent/ago cede 2,53%, a US$ 69,67 e o WTI/ago recua 2,51%, a US$ 66,79.
- Minério de ferro: fechou em queda de 0,42% em Dalian, na China, cotado a US$ 98,01/ton. Em Singapura, os contratos futuros caem 1,06%, cotados a US$ 93,00/ton e o mercado à vista recua 0,42%, cotado a US$ 94,40/ton.
Cenário internacional
Nos EUA, a agenda traz declarações de diversos dirigentes do Federal Reserve (Fed), em eventos, com destaque para a sabatinada do presidente da instituição, Jerome Powell.
No Reino Unido, o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), discursa em evento do Barclays.
Entre os indicadores econômicos, os investidores devem monitorar o desempenho da confiança do consumidor dos Estados Unidos, referente a junho, previsto para às 11h.
Na Alemanha, o índice de sentimento empresarial subiu para 88,4 pontos em julho, mais do que o esperado.
Cenário nacional
No Brasil, a agenda desta terça-feira segue movimentada. O Copom divulga a ata de sua última reunião monetária na quarta-feira, quando decidiu elevar a taxa básica de juros para 15% e sinalizou uma interrupção do ciclo de altas.
Destaque ainda para o resultado da Confiança do Consumidor de junho, divulgado pela FGV. Em maio, o índice registrou 86,7 pontos.
O Banco Central anunciou que realizará dois leilões simultâneos de câmbio nesta quarta-feira (25). Segundo a instituição, haverá a venda de até US$ 1 bilhão no mercado à vista junto a uma operação com 20 mil contratos de swap cambial reverso.
Entre os compromissos do dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa, às 14h, de uma entrevista coletiva sobre o setor de saúde e o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, se reúne, às 17h30, com representantes do setor de agropecuária.
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Destaques no mercado corporativo
- JBS: captou US$ 3,5 bilhões com a emissão de títulos de dívida em dólar, segundo o ValorPro.
- São Martinho: teve lucro líquido de R$ 105 milhões no quarto trimestre do ano fiscal de 2025, queda de 83,3% ante o mesmo período do ano anterior.
- Eletrobras: a justiça negou a ação movida pela Associação dos Empregados de Furnas (ASEF) contra a privatização da companhia. A empresa também aprovou a emissão de até R$ 2 bilhões em debêntures de sua subsidiária Eletronorte.
- Oi: firmou um acordo com credores de notes e da 7ª emissão de debêntures para a capitalização de juros, um passo importante em sua reestruturação financeira.
- Iguatemi: o Conselho de Administração aprovou a alienação de 49% de seus shoppings Market Place e Galleria, além do Edifício Market Place Towers. A venda das participações nos ativos, que somou aproximadamente R$ 500 milhões, inclui também frações de futuros empreendimentos residenciais e comerciais nos complexos.