O dólar fechou em queda de 0,79%, cotado a R$ 5,0880. A moeda foi impactada diretamente pela inflação norte-americana, que se manteve estável em julho ante expectativas de alta de +0,2%. Esta desaceleração inflacionária fez com que aumentassem as apostas para um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mais brando na reunião de setembro.
Segundo o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “anda temos muitos riscos pela frente, mas os últimos dados foram positivos, gerando um risk on (apetite ao risco)”. Weigt entende que a inflação de serviços será mais difícil de ser controlada, prejudicando uma queda mais rápida dos preços nos Estados Unidos.
Weigt acredita que o suporte do dólar é de R$ 5,00: “Nosso juro real continua gigantesco, além das commodities que também ajudam a aumentar o fluxo estrangeiro”, opina.
De acordo com o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Leal, “o câmbio hoje reflete o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e o aumento do apetite ao risco. O movimento é global, com o dólar perdendo para todas as moedas”.
Para a economista-chefe da Veedha Invbestimentos, Camila Abdelmalack, “a leitura de hoje acaba reduzindo momentaneamente as apostas de 0,75 ponto percentual (pp) em setembro. A atividade econômica, porém, pode surpreender e trazer esta discussão de volta, é um debate que continua na mesa”.
Abdelmalack, contudo, ressalta que neste primeiro momento os ativos de risco – como as moedas emergentes – e as commodities ganham força.
Paulo Holland / Agência CMA
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