A Nvidia divulgou nesta segunda-feira (14) que começará a investir na produção de supercomputadores nos Estados Unidos pela primeira vez. A expectativa é produzir até US$ 500 bilhões em infraestrutura de inteligência artificial (IA) nos próximos quatro anos.
“Adicionar a fabricação americana nos ajuda a atender melhor à incrível e crescente demanda por chips e supercomputadores de IA, fortalece nossa cadeia de suprimentos e aumenta nossa resiliência”, disse o CEO e fundador da Nvidia, Jensen Huang.
Com o anúncio, as instalações da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) no Arizona já começaram a fabricação dos chips Blackwell, desenvolvidos para aplicações avançadas de IA.
O projeto também prevê a criação de duas novas fábricas, uma em Houston e outra em Dallas, que serão operadas respectivamente pela Foxconn e Wistron, em parceria. A Nvidia também acertou parcerias com Amkor e SPIL, que atuarão no Arizona para auxiliar na cadeia de produção.
Outra medida para auxiliar as fábricas, é a utilização de tecnologias como o Omniverse, que permitem simular fábricas digitalmente por meio de “gêmeos digitais”, e robôs autônomos da linha Isaac GR00T para automatizar a produção.
A divulgação do investimento acontece após as ações da fabricante de chips desvalorizarem 15% depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor tarifas comerciais contra 180 países — afetando a produção de empresas norte-americanas que fabricam produtos fora do país.
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Observando o gráfico acima, fica claro que a ação virou refém das decisões de Trump, já que a forte queda foi alimentada pela imposição das tarifas comerciais no chamado “Dia da Libertação”, enquanto a recuperação foi impulsionada pelo recuo de Trump, que anunciou uma suspensão de 90 dias para as tarifas.
Nvidia aproveita suspensão de tarifas sobre eletrônicos
Na última sexta-feira (11), a Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos anunciou uma lista de isenções tarifárias, beneficiando grandes empresas de tecnologia como Apple, Nvidia e Dell, de forma temporária.
A medida exclui smartphones, computadores, servidores e outros bens eletrônicos das tarifas anunciadas anteriormente pelo governo Trump. Eles estavam sujeitos a uma tarifa de até 145% caso viessem da China e agora enfrentarão uma taxa entre 5% a 20%.
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Segundo Trump, a cadeia de suprimentos de semicondutores e eletrônicos seguirá sendo analisada, e novas tarifas poderão ser definidas no futuro. Ele também reafirmou que o objetivo é reestruturar o comércio dos EUA, principalmente em relação à China.