Olhando a variação do Ibovespa em 2023, vemos que o mercado reagiu “muito bem, obrigado” ao primeiro ano do terceiro mandato do petista Luiz Inácio Lula da Silva. Foram 26,14% de alta do primeiro ao último pregão de 2023. Quase 2 pontos percentuais acima do S&P 500, principal indicador do mercado global, que entregou 24,23% de ganhos.
É importante lembrar que os investimentos em Bolsa estavam competindo com uma taxa de juros que pagava, entre 13,75% e 11,75% ao ano. Ou seja, a renda variável estava ainda muito pouco atraente, perto de ativos com pouquíssimo risco, como títulos do Tesouro.
O primeiro ano de um governo é tradicionalmente apontado como “lua de mel”. Cidadãos, imprensa e analistas tendem a dar uma colher de chá nas críticas, para dar tempo para a nova equipe se estabelecer e botar em prática suas promessas de campanha. Por isso, faz sentido comparar o primeiro ano deste governo com os mesmos períodos dos governos anteriores.
E é nessa comparação que notamos como o primeiro ano de Lula 3 é quase igual aos primeiros 365 dias do governo de Jair Bolsonaro e de Michel Temer. Assim como Lula em seu terceiro mandato, Temer também viu a Bolsa subir 26% no seu primeiro ano de governo. Na gestão Bolsonaro, o resultado ficou um tiquinho acima: 27% de alta nos primeiros 12 meses.
Com Temer, o Ibovespa ficou quase 10 pontos percentuais acima do S&P 500, enquanto, com Bolsonaro, entregou ganhos 1,7 ponto percentual abaixo do indicador global.
Para ampliar a margem de comparação, nos primeiros anos dos mandatos de Dilma Rousseff, o Ibovespa caiu 10% (em 2015) e 18% (em 2011). Nos outros mandatos de Lula, o mercado soltou fogos, com altas de 40% (2007) e 91% (2003) no período. Veja a tabela completa abaixo:
Este é um texto complementar à coluna de Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, na Folha de S.Paulo. Clique aqui para ler a íntegra.