A disputa tecnológica entre a China e os Estados Unidos pelo avanço da inteligência artificial tem, agora, a Inteligência Artificial como um de seus ringues.
De acordo com matéria publicada na última sexta-feira (23) no jornal The Washingon Times, o presidente do Comitê de Ciência da Câmara, Frank Lucas, fez um alerta aos formuladores de políticas de Washington, enfatizando a importância de não copiar a abordagem de Pequim na corrida pela dominação da inteligência artificial.
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Lucas discursou sobre a necessidade de o Congresso estabelecer salvaguardas adequadas para a IA, sem excesso de regulamentação, e de investir estrategicamente os recursos dos contribuintes, ao invés de tentar igualar a política industrial da China.
“Não podemos e não devemos tentar copiar o livro de jogadas da China, mas podemos manter nosso papel de liderança em IA e garantir seu desenvolvimento com nossos valores de confiabilidade, equidade e transparência”, disse.
Vale lembrar que, conforme noticiado anteriormente pelo Monitor do Mercado, os dois países têm investido em sistemas de IAs parecidos para competirem entre si no mercado. É o caso do Ernie Bot, criado pelo Baidu, que busca competir com o ChatGPT, tendo funcionalidades parecidas.
Porém, a corrida pelas inteligências generativas entre os EUA e a China não se limita apenas a uma questão tecnológica. A disputa também envolve fatores políticos para ambos os países.
Conforme artigo publicado na revista britânica The Week neste mês, a China possui uma posição única para se tornar uma superpotência em IA. A partir de agora, todo o conteúdo gerado por IA deverá refletir os “valores centrais socialistas”. Conteúdos considerados uma “subversão do poder estatal” serão proibidos.
Já em relação aos Estados Unidos, os democratas têm liderado a formação do debate sobre nova regulamentação e legislação de IA para superar a China em pesquisa e desenvolvimento tecnológico.
No mês passado, Charles E. Schumer, líder da maioria no Senado, deu início aos esforços para redigir o “Projeto de Lei de Competição com a China 2.0”, enquanto simultaneamente pressionava pelo estabelecimento de um novo marco regulatório para a inteligência artificial no Senado.
O Comitê Judiciário do Senado tem sido um dos comitês mais ativos na investigação da IA, conduzindo diversas audiências para examinar questões relacionadas à propriedade intelectual, preocupações com os direitos humanos e questões legais e de privacidade.
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Ainda segundo a matéria do The Washingon Times, outra estratégia adotada foi a de criar reuniões específicas sobre IA na Casa Branca, das quais funcionários se reúnem e participam para determinar as medidas que o Joe Biden pode tomar em relação à IA nas próximas semanas.
Imagem: Freepik