O dólar acelerou o ritmo de queda. O movimento é, antes de tudo, de correção. Além disso, a queda das commodities no cenário global e a desaceleração econômica dos Estados Unidos e Europa fazem com que cortes de juros executados pelos bancos centrais desenvolvidos comecem a ser precificados já para o começo de 2023.
Segundo o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “hoje, em especial, parece um movimento de correção. O mercado está migrando para a narrativa de que os bancos centrais das economias desenvolvidas comecem a cortar juros no início do próximo ano, devido aos dados de atividades estarem muito ruins”.
Borsoi também acredita que a China claudicante contribui com a queda no preço das commodities: “Isso começa a gerar um movimento de realocação para países mais sólidos como os Estados Unidos, além de causar uma saída de fluxo estrangeiro dos emergentes”, analisa.
Para o economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, “o comecinho da manhã parecia menos favorável, mas agora o quadro parece diferente com o real se valorizando, assim como o peso mexicano, peso chileno e o rand sul-africano, que segue em linha com o mercado internacional”.
Beyruti entende que existe expectativa com a divulgação do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, às 10h45, após o índice ter vindo “fraco” na Europa, o que também contribui com o enfraquecimento do dólar. O PMI na Europa atingiu 49,6 pontos em julho, de acordo com a leitura preliminar. A previsão era de 51 pontos.
Por volta das 11h52 (horário de Brasília), o dólar comercial caía 0,92%, cotado a R$ 5,4460 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2022 recuava 0,97%, cotado a R$ 5.456,00.
Paulo Holland / Agência CMA
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