Cerca de metade do território da União Europeia, juntamente com o Reino Unido, está em situação de risco devido à seca prolongada, que deverá provocar um declínio no rendimento das culturas em diversos países, alerta um relatório publicado hoje pela Comissão Europeia.
O relatório intitulado “a seca na Europa – julho de 2022”, elaborado pelo Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia com base no trabalho do Observatório Europeu da Seca, aponta que “a seca severa que afeta diversas regiões da Europa desde o início do ano continua a expandir-se e a agravar-se”, por conta da combinação de falta de chuva e ondas de calor.
De acordo com a análise, “o stress hídrico e térmico está fazendo com que o rendimento das culturas diminua a partir de uma perspectiva já negativa para os cereais e outras culturas”. “É provável que França, Romênia, Espanha, Portugal e Itália enfrentem este declínio no rendimento das culturas”, assinala o relatório.
“A falta de precipitação significa que o conteúdo de água no solo diminuiu significativamente e isso tornou mais difícil para as plantas extrair água do solo, levando a um stress generalizado na vegetação, nomeadamente nas planícies italianas, no sul, centro e oeste da França, no centro da Alemanha e leste da Hungria, Portugal e no norte de Espanha”, lê-se no documento.
O texto aponta que a falta de água está também reduzindo ou suspendendo as operações de produção de energia hidroelétrica e termoelétrica em todos os países, concluindo que, “em resumo, as condições de seca e a escassez de água estão afetando a produção de energia e a reduzir o rendimento das culturas”.
“As previsões desfavoráveis para os próximos meses podem comprometer o abastecimento de água e provavelmente manterão a competição por esse recurso em alta”, alerta a Comissão Europeia.
O relatório foi publicado no dia em que os ministros da Agricultura da União Europeia estão reunidos em Bruxelas – onde a temperatura máxima esta semana poderá chegar aos 40 graus centígrados -, para discutir as preocupações ligadas à seca e também aos incêndios decorrentes do calor extremo que afeta a Europa.
Larissa Bernardes / Agência CMA
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