O dólar comercial fechou em alta de 1,24%, cotado a R$ 5,4390. A moeda foi impactada durante o dia pelo temor de recessão global, com os novos casos de Covid na China e a forte inflação nos Estados Unidos. No período da tarde, porém, ela não acompanhou a melhora momentânea do humor no mercado internacional e acelerou o ritmo de alta, se descolando da bolsa.
Segundo o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Leal, “o dólar não acompanhou a melhora do humor lá fora e está descolado da bolsa. Isso pode ser um reposicionamento do dólar, com a piora do cenário do global, especialmente com a China e Estados Unidos”.
Leal também entende que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Bondades já foi precificada, e não afeta o câmbio nesta terça: “O mercado só quer que isso seja votado logo para que não surjam novidades”, explica.
Para o head de análise macroeconômica da GreenBay Investimentos, Flávio Serrano, “existe sentimento generalizado de aversão ao risco, com as commodities em queda, afetando as moedas ligadas a elas, como o real”.
Serrano entende que os novos casos de Covid na China devem, inevitavelmente, revisar o crescimento econômico não apenas do país asiático, mas também mundial, para baixo. A divulgação do CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês), que será divulgado amanhã, também afeta o câmbio desta terça, aponta.
De acordo com boletim da Ajax Capital, existe “receio de recessão nos Estados Unidos e risco de novas paralisações na China, por causa de novos casos de Covid-19, impactam negativamente os ativos de risco. Por aqui, ativos locais devem ter mais um dia de perdas. Câmara Federal pode iniciar a votação da PEC dos Auxílios”.
Paulo Holland / Agência CMA
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