A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de junho na região Centro-Sul atingiu 41,88 milhões de toneladas, o que representa uma retração de 7,92% em relação à quantidade registrada em igual período do ano passado, quando 45,48 milhões de toneladas foram processadas. No acumulado da safra, a moagem totalizou 187,61 milhões de toneladas
ante 212,42 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021 queda de 11,68%.
Até o dia 1º de julho, 253 unidades operaram frente a 259 unidades no mesmo período do ciclo 2021/2022. Para a segunda quinzena de julho, outras duas unidades devem iniciar a moagem no Centro-Sul.
Informações preliminares do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), para uma amostra comum de 36 unidades produtoras, indicam que foram colhidas 77,5 toneladas por hectare em junho de 2022, o que representa uma queda de 1,2% no rendimento agrícola da lavoura na comparação com o mesmo período na safra 2021/2022 (76,5 toneladas por hectare). O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, explica que apesar da recuperação do rendimento agrícola observado em junho, a expectativa é que, no acumulado da safra, o indicador marque uma retração de 0,8%.
A qualidade da matéria-prima colhida na segunda metade de junho, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou retração de 3,30% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, registrando 137,08 kg de ATR por tonelada colhida. No acumulado da safra, a queda é de 4,35% com o indicador marcando 127,28 kg de ATR por tonelada.
PRODUÇÃO DE AÇUCAR E ETANOL
A produção de açúcar na segunda quinzena de junho totalizou 2,49 milhões de toneladas (-14,98%). No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 9,68 milhões de toneladas, frente às 12,34 milhões de toneladas do ciclo anterior (-21,58%).
Na segunda metade de junho, 2,02 bilhões de litros (-3,90%) de etanol foram fabricados. Do volume total produzido, o hidratado alcançou 1,16 bilhão de litros (-6,63%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 859,86 milhões de litros (+0,06%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação de álcool atingiu 9,02 bilhões de litros (-7,17%), dos quais 5,80 bilhões consistem em etanol hidratado (-7,86%) e 3,22 bilhões em anidro (-5,89%).
Do total de biocombustível fabricado, a produção a partir do milho na segunda quinzena de junho registrou 188,84 milhões de litros, contra 125,23 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022 avanço de 50,79%. No acumulado desde o início da safra, a produção a atingiu 961,76 milhões de litros – avanço de 33,27% na comparação com igual período do ano passado.
O executivo da Unica destaca que até o momento as usinas da região Centro-Sul deixaram de fabricar cerca de 1,22 milhão de toneladas de açúcar em prol do aumento da produção de etanol. Além disso, a oferta do produto a partir do milho tem tido crescimento robusto e já representa mais de 10% da produção total de álcool na safra. Esses fatores contribuem para que, a despeito da queda em mais de 11% na quantidade de cana processada e 4% na qualidade, o recuo na oferta de etanol seja na casa dos 7%.
VENDAS DE ETANOL
No mês de junho, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 2,46 bilhões de litros de etanol, o que representa uma retração de 1,00% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.
No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 1,33 bilhão de litros, que representa uma queda de 6,35% em relação ano anterior. As vendas domésticas de etanol anidro, por sua vez, totalizaram 836,81 milhões de litros no mês, volume 2,01% inferior ao observado em junho de 2021. No acumulado da safra, foram comercializados 4,11 bilhões de litros de hidratado domesticamente (-6,86%) e 2,42 bilhões de litros de etanol anidro (+3,65%).
Desde o início da safra 2022/2023, as vendas globais (mercado interno e exportação) das unidades produtoras totalizam 7,03 bilhões de litros de etanol, o que representa uma queda de 1,86% em relação ao mesmo período da safra anterior. Desse volume, as vendas de etanol hidratado totalizaram 4,30 bilhões de litros (-8,03%)
MERCADO DE C BIOS
Dados da B3 mostram que, em junho, 2,96 milhões de CBios foram emitidos. Até o dia 8 de julho, a parte obrigada do programa RenovaBio já havia adquirido cerca de 24,13 milhões de créditos de descarbonização[1].Esse volume representa 66% da meta de aquisição total para o ano corrente.
O diretor da Unica explica que o volume a ser comercializado de etanol nos próximos seis meses deve promover uma emissão adicional superior a 15,50 milhões de créditos. Nessa condição, uma disponibilidade de 7 milhões de CBios além da meta para o ano de 2022 deve ser observada em dezembro. Portanto, não há indícios de falta de créditos para o ano corrente que impossibilitem o cumprimento das metas de descarbonização. Rodrigues acrescenta que é preciso enfatizar que esse estoque não necessariamente estará, no final do período, em posse do emissor primário.
Como foi observado no ano de 2021, a parte obrigada carregou mais de 5 milhões de títulos para o ano subsequente. É possível que neste ano o mesmo movimento ocorra, com distribuidoras possuindo grande parte dos créditos não aposentados.
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